Cultura, beleza natural e história fazem parte do que o município oferece a quem o visita.
O Guia ComUM deste mês explora Vila Verde, vila e município em pleno coração do Minho. Localizado no distrito de Braga, o concelho destaca-se pela beleza natural, arquitetura histórica e conservação das tradições locais.
Torre de Penegate
Localizada em Outeiro, na freguesia de Carreiras (São Miguel), a Torre de Penegate foi construída no século XIV. Erigida por Mem Rodrigues de Vasconcelos, companheiro de armas de D. Dinis, para sua proteção, foi posteriormente adaptada para habitação, tornando-se assim uma casa e torre medieval.
A torre tem planta retangular e é composta por três pisos com paredes em cantaria, apresentando poucas aberturas, o que indica a sua função defensiva e militar. Além disso, possui uma porta de entrada com forma ogival. Sendo assim, vê-se envolta uma possível torre românica anterior.
Desde 2013, a torre é considerada um “Imóvel de Interesse Público”, devido à sua relevância no património cultural. Essa classificação garante a preservação e conservação do monumento ao longo do tempo.
Museu do Linho
O Museu do Linho, inaugurado a 7 de setembro de 2013, resulta de uma colaboração entre o Município de Vila Verde, a Junta de Freguesia de Marrancos e Arcozelo e a Associação Recreativa e Cultural de Marrancos. Uma visita a este espaço museológico possibilita a contemplação de vários instrumentos de trabalho e peças confecionadas em linho, além de explorar a forte simbologia associada.
O visitante pode ver e compreender as várias etapas pelas quais o linho passa, desde a sementeira até ao tear. As visitas podem ser feitas aos sábados, das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 19h00, bem como aos domingos, das 9h00 às 12h00. A entrada é gratuita.
No ano passado, o Museu do Linho passou por obras de restauro, expansão e modernização. Com isto, foi possível proporcionar melhores condições para preservar o legado cultural, a nossa identidade nacional e a memória coletiva.
Já este ano, o museu foi distinguido pelos prémios anuais da APOM – Associação Portuguesa de Museologia, na categoria “Incorporação”, em reconhecimento pela integração de bens culturais que enriquecem o património museológico e a riqueza cultural local e regional.
Santuário de Nossa Senhora do Alívio
O Santuário de Nossa Senhora do Alívio, localizado no lugar do Alívio, em Soutelo, teve início como uma capela. A sua construção em 1798, deve-se ao Padre Francisco Leite Fragoas, no cumprimento de uma promessa à Nossa Senhora, na sequência de uma grave doença que o afetou.
O santuário possui planta retangular e é embelezado com duas torres e um frontão triangular no qual está a imagem da Virgem com o Menino. A cabeceira é poligonal e é cercada pela casa das estampas, a casa de sessões e a sacristia. O interior apresenta uma planta em cruz latina e é coberta por uma abóbada de berço.
Adjacente ao santuário encontra-se o Parque de Merendas do Alívio, junto com a Casa das Estampas (também conhecida como Casa das Promessas), onde se encontram oferendas lá deixadas como gratidão pela ajuda obtida da santa em situações de grande adversidade, como foi a Guerra do Ultramar para os seus combatentes. Nas traseiras há um Fontanário, datado de 1813, que além de embelezar o espaço, era utilizado por peregrinos e moradores locais para obter água.
O Santuário do Alívio desempenha um papel importante como centro de peregrinação. Os peregrinos estão sempre presentes, especialmente aos domingos, dia em que ocorre uma pequena feira. Contudo, a afluência é maior no segundo e terceiro domingo de setembro, durante as Grandes Romarias em Honra de Nossa Senhora do Alívio.
Recentemente, o Santuário do Alívio e a zona circundante passaram por intervenções de requalificação, tornando o local ainda mais agradável para os visitantes.
Feira Quinhentista
A Feira Quinhentista é um evento bianual organizado pelo Município com a colaboração dos estabelecimentos de ensino do concelho. Esta é dedicada ao poeta Sá de Miranda e, por isso, tem como denominação “Feira Quinhentista – Sá de Miranda por Terras de Vila Verde”.
Tendo como referência as marcas da vivência do poeta, a Feira Quinhentista decorre no mês de maio, num espaço de exposição/feira que recria um ambiente inspirado no século XVI. Participam do evento de artesãos, mercadores e gastrónomos, bem como alunos do pré-escolar ao secundário, trajados e em tendas que retratam os usos, costumes e modo de vida daquela época.
O evento abrange uma série de atividades, incluindo lutas de espadas, recitações de poesia, música ao vivo, teatro de rua, dança, artesanato, desfiles, gastronomia, demonstrações de armas, exposições e espetáculos de época. Essas iniciativas proporcionam uma oportunidade para melhorar o conhecimento sobre a história do concelho e do país.
Praia Fluvial da Loureira
A Praia Fluvial da Loureira, situada na freguesia homónima, destaca-se como uma atração turística que apresenta um grande potencial para os visitantes devido à serenidade, ambiente familiar e à beleza natural que apresenta. A relva bem cuidada, recortada pelas águas do rio Homem, compõe a paisagem.
Além da sua beleza natural, a praia fluvial oferece comodidades que garantem o conforto dos seus frequentadores, entre as quais máquinas de exercício físico, que impulsionam os entusiastas do fitness a manterem-se ativos, balneários bem equipados, um café e um restaurante.
Esta praia fluvial é multifacetada, proporcionando entretenimento para todas as faixas etárias. Tanto os apreciadores do sol e de mergulhos no rio quanto aqueles que preferem um ambiente mais tranquilo à noite descobrirão neste local a atmosfera adequada para as suas preferências.
Ponte de Prado
Esta ponte, localizada sobre o rio Cávado, encontra-se às portas da vila de Prado. A construção original da ponte remonta à ocupação romana da região, com o propósito de ligar Braga a Ponte de Lima. Foi ainda durante esse período que a ponte sofreu a sua primeira reconstrução.
Em 1510, a antiga ponte medieval foi destruída no decurso de uma cheia do rio Cávado, sendo rapidamente reerguida. No entanto, esses reparos não foram suficientes, pois no século XVII a estrutura voltou a ser alterada, adquirindo a sua configuração atual.
Em 1616, a Ponte de Prado foi completamente reconstruída, seguindo o projeto do arquiteto António de Castro, o qual eliminou todos os vestígios da estrutura medieval. Portanto, a ponte, que originalmente era de origem medieval, transformou-se numa recriação moderna, com tabuleiro em cavalete apoiado por nove arcos de volta perfeita.
Desde 1910, a ponte é considerada um Monumento Nacional, devido ao seu inestimável valor cultural. Permanece uma lenda, na qual se conta que um rei de Leão teria ordenado a reparação da Ponte de Prado para se encontrar com D. Branca Guterrez da Silva, uma mulher pela qual se apaixonara.