Associações, movimentos ambientalistas e personalidades explicitam a urgência de medidas concretas para proteção do ambiente.

Esta quinta-feira, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, recebeu uma carta subscrita por movimentos climáticos e personalidades. Na carta consta que “está na hora de criar uma nova política para a natureza que impeça os ecocídios – destruições com grande impacto no meio ambiente ou sobreexploração de recursos não renováveis. Agora, antes que seja tarde de mais.”.

A carta assinada por SOS Quinta dos Ingleses, a Quercus, a Geota, o Fórum Cidadania Lx – Associação, o Grupo Ecológico de Cascais, o Salvar as Alagoas de Lagoa, a Sociedade Portuguesa de Ecologia ou a Defesa e Protecção da Floresta Laurissilva e filósofo Viriato Soromenho-Marques, e a bióloga Maria Amélia Martins-Loução encontra-se disponível para consulta online. O documento exemplifica locais que precisam de uma urgente intervenção sendo classificados como “áreas em risco climático”.

A iniciativa partiu do movimento SOS Quinta dos Ingleses. Pedro Jordão, advogado e vice-presidente do movimento adiantou ao PÚBLICO que o documento final resultou da “interação profunda entre todos os subscritores”. O autor da afirmação declarou ainda que “o objetivo desta carta é sublinhar a comunhão de pontos de vista entre as associações, movimentos ambientalistas e personalidades em relação à crise climática e sugerir medidas concretas para uma nova política do ambiente”.

Pedro Jordão destaca-se pelo contestar da construção urbana junto à praia de Carcavelos numa área popularmente conhecida como “Quinta dos Ingleses” classificada como “último pulmão da linha de Cascais”. A carta declara a insuficiência que se gera na proteção exclusiva dos parques florestais e reservas naturais existentes reforçando a importância da criação de uma lei que proteja “as árvores em meio urbano, as áreas costeiras, com vegetação densa, bosques primários, florestas maduras, bem como as áreas de concentração de biodiversidade”.

Os locais que mais carecem de proteção segundo a carta redigida são a Quinta dos ingleses com a “iminente destruição de 52 hectares de mancha verde junto à praia de Carcavelos, em Cascais, para construção de um megaempreendimento urbano” e a reserva de água doce de Alagoas Brancas na iminência de ser desmantelada para construção de um espaço comercial. Identifica-se também na Serra da Lousã o abate de árvores e o corte de sobreiros em Sines para a instalação de um parque eólico.

Pedro Jordão declarou ao PÚBLICO que “é essencial que as consultas, as petições públicas, as leis e as resoluções da Assembleia da República sejam vistas como imperativas e é essencial criar mecanismos para lhes conferir efetividade e que haja fiscalização.” O autor referiu ainda que os estudos dos impactos ambientais devem ser desenvolvidos por entidades especializadas independentes dos promotores.