Christopher Allen Lloyd completa este domingo, 22 de outubro, 85 anos. Conhecido pela sua distinta voz grave e rouca, tornou-se famoso com Dr. Emmett Brown, ou “Doc”, na trilogia Back to the Future (“Regresso ao Futuro”) (1985-1990) e Jim Ignatowski, na série de comédia Taxi (1978–1983).
O ator, nascido e criado em Stamford, Connecticut, estudou na Staples High School em Westport. Filho da cantora Ruth Lloyd e do advogado Samuel R. Lloyd Jr., continuou o seu percurso académico na Fessenden School em West Newton, Massachusetts. O seu estudo na representação teve início aos 19 anos, quando decidiu estudar com Sanford Meisner, na Neighborhood Playhouse, em Manhattan.
Iniciou a sua carreira de representação no palco e manteve essa vertente presente ao longo da vida, participando em mais de 200 produções. No entanto, foi nos filmes e na televisão que encontrou reconhecimento. Estreou-se no cinema em 1975, no filme cult One Flew Over the Cuckoo’s Nest (“Voando sobre um Ninho de Cucos”), para o qual se instalou num hospital psiquiátrico, onde, durante várias semanas, estudou os pacientes.
A sua personagem, Taber, foi moldada a partir de um desses pacientes e esteve presente no seu dia-a-dia do ator, mesmo fora do set. Após o sucesso do clássico, Lloyd partiu para Taxi, transmitida entre 1978 e 1983. Foi com a personagem Jim Ignatowski que o ator ganhou os seus dois primeiros Emmy, sendo galardoado na categoria Melhor Ator Secundário em uma Série de Comédia, tanto em 1982 como em 1983.
O final desse projeto marca o regresso ao grande ecrã, ao abrigo da franquia Star Trek (“O Caminho das Estrelas”) em Star Trek III: The Search for Spock (“Star Trek III: A Aventura Continua”), protagonizando o comandante Kruge, no ano de 1984. Começa assim uma década próspera para o ator. Em 1985 marcou presença em dois grandes projetos. Interpretou Professor Plum na adaptação do jogo de tabuleiro Clue (“Cluedo”) e, principalmente, o excêntrico Doc num dos maiores marcos da cultura pop, Back to the Future (“Regresso ao Futuro”). Tendo sido nomeado para o prémio Saturn para Melhor Ator Secundário pelo último.
De seguida, assumiu o papel de Professor B.O. Beanes na série televisiva Amazing Stories. Em 1988, retomou ao cinema como Judge Doom, o vilão de Who Framed Roger Rabbit? (“Quem Tramou Roger Rabbit?”), papel com o qual ganhou a sua segunda nomeação para o prémio Saturn para Melhor Ator Secundário. Em 1989 e 1990 marcou o retorno ao cientista Doc em Back to the Future II (“Regresso ao Futuro II”) e Back to the Future III (“Regresso ao Futuro III”), respetivamente. Ainda em 1990, participou em DuckTales: The Movie – Treasure of the Lost Lamp (“DuckTales: O Filme – O Tesouro da Lâmpada Perdida”) no papel de Merlock the Sorcerer, iniciando uma carreira no ramo da dobragem.
O ano seguinte marca o nascimento de mais um papel icónico, Lloyd encarna o papel de Tio Fester em The Addams Family (“A Família Addams”), que serviu como inspiração para a aparência de Gru de Despicable Me (“Gru: O Maldisposto”). Em 1992, participou na série televisiva Road to Avonlea, tendo conquistado o seu terceiro e último Emmy, na categoria de Melhor Ator em Série Dramática, pela sua prestação no episódio Another Point of View. O ano de 1993 contou com três projetos. Uma revisitação ao Uncle Fester em Addams Family Values (“A Família Addams 2”), a personagem Switchblade Sam na comédia Dennis the Menace (“Dennis, o Pimentinha”) e Jimmy na longa-metragem Twenty Bucks, com a qual recebeu um Independent Spirit Award de Melhor Ator Secundário. Radioland Murders foi o seu único projeto em 1994, no qual interpretou Zoltan.
O cinema de animação volta à vida de Lloyd com a personagem Grigori Rasputin em Anastasia (“Princesa Anastasia”) (1997), musical baseado na lenda de Anastásia Romanov, a princesa que terá escapado ao assassinato da sua família. Em 1999, protagonizou o remake para o grande ecrã da sitcom My Favourite Martian (“O Meu Marciano Favorito”). Em 2002, iniciou o seu trabalho como o Hacker na série infantil Cyberchase (“Ciber-Heróis”), ainda transmitida no canal PBS Kids, nos EUA, e na RTP 2 e no Canal Panda, em Portugal. Participou de forma regular na série Stacked, televisada no canal Fox entre 2005 e 2006.
Em 2010, faz jus à fama de cómico sinistro com o lançamento de Piranha 3D, um filme de horror-comédia em que interpreta Mr. Goodman, personagem a que regressa em 2012, na sequela Piranhas 3DD. Em Over the Garden Wall (“Para Lá do Jardim”) (2014), uma minissérie de animação produzida pelo Cartoon Network, é o seu retorno ao trabalho de voz, no papel do sábio Woodsman. Arrecada mais uma nomeação, com os British Independent Film Awards para Melhor Ator Secundário, em I Am Not a Serial Killer (“Não Sou um Serial Killer”), pela sua prestação como Crowley, o vilão do filme de terror.
O ano de 2021 prova ser preenchido para Lloyd. Em Nobody, um thriller que retrata o regresso de um homem de família ao seu passado como assassino, o ator interpreta David Mansell. A comédia romântica Senior Moment apresenta Lloyd como Sal Spinelli, melhor amigo do protagonista. Finalmente, o ator interpreta Rick Sanchez de Rick and Morty numa série de vídeos promocionais à série animada, personagem inspirada pela sua prestação como Doc em Back to the Future. A longa-metragem mais recente de Christopher Lloyd é Spirit Halloween: The Movie (2022), baseada na cadeia de lojas americanas homónima.
Os videojogos também marcaram a carreira do ator, destacando-se o seu desempenho em Toonstruck (1996), Back to the Future: The Game (2010-2011), Kingdom Hearts III (2019) e Kingdom Hearts: Melody of Memory (2020). Podemos aguardar a sua participação na série live-action Knuckles, que tem como inspiração a série de videojogos Sonic the Hedgehog (“Sonic, o Ouriço”).
Christopher Lloyd prova ser um ator brilhante, e uma cara familiar, devido aos vários sucessos que atingiu ao longo da sua vida. Celebramos hoje o seu 85º aniversário e também a sua carreira, enquanto esperamos ansiosamente pelo seu próximo projeto.







