São poucos os livros que conseguem prender o leitor da primeira até à última página. “Second First Impressions” de Sally Thorne prova ser um deles.

Vinda da Austrália e agora conhecida pelo mundo, a autora bestseller continua com sucesso a sua saga de romances já internacionalmente reconhecidos. Lançado em 2021, este livro retrata uma história de amor do tipo “opostos atraem-se”, que vem comprovar que as primeiras impressões não são sempre o que parecem.

HerCanberra

A obra conta a história de Ruthie Midona, uma jovem de 24 anos-que mais parecem 94.  A protagonista trabalha num lar de idosos luxuoso, e planeia trabalhar lá até se reformar e retornar como residente. A sua vida resume-se a tratar dos internos abastados, cuidar da propriedade e das tartarugas em perigo de extinção que residem nos jardins da villa.

 A sua vida calma e sem grandes novidades abala-se com a chegada do mais recente trabalhador da instituição:  Teddy Prescott, o filho do proprietário. Teddy tem a fama de ser “alérgico ao trabalho”, sedutor, rebelde e a “alma de todas as festas”. Representando tudo o que Ruthie despreza, a sua chegada à villa promete grandes mudanças.

Teddy passa a acompanhar Ruthie na sua rotina – até agora – entediante, e juntos descobrem lados desconhecidos no outro. Ele mostra-lhe que há mais na vida do que trabalho e ela mostra-lhe que rotina e calma também são precisas. Representando personalidades completamente opostas, as duas personagens principais desenvolvem uma química inegável e encontram no outro um mundo que não sabiam existir. A sua incompatibilidade e as suas características tão diferentes fazem vir ao de cima o que cada um tem de melhor. Completam-se de uma forma paradoxal.

“É incrível como a vida funciona. Podes acordar com tudo exatamente igual e ir dormir com tudo mudado.”

A história envolve o leitor com a sua simplicidade e suavidade de escrita. Mais do que um simples romance, a obra retrata uma história de superação pessoal. O leitor desenvolve uma empatia e carinho naturais pelas personagens, as suas características e o seu desenvolvimento ao longo da história. Observamos com atenção como duas pessoas tão diferentes apaixonam-se e mudam o outro de uma forma tão subtil e despercebida, mas, ao mesmo tempo, marcante.

A escritora torna a leitura cativante e fácil através da sua naturalidade e maneira “amorosa” de relatar os acontecimentos. Torcemos por Ruthie, para que descubra o que a vida tem para dar fora do trabalho, rotinas e obrigações. Esperamos que Teddy perceba a importância do compromisso, da estabilidade e do equilíbrio. Acreditamos nas personagens e na sua mudança. Sentimos a sua evolução. Ansiamos pelo seu final feliz. Percebemos na relação deste casal tão invulgar um símbolo de amor, mudança e crescimento. Sentimos as suas emoções e dificuldades. Somos inspirados pela superação das mesmas.

Este é o tipo de livro que faz o leitor sentir-se uma das personagens. Vivemos o que lemos até à última página. Sally Thorne consegue realmente tornar, de uma maneira tão doce, a leitura numa experiência partilhada de emoções, sentimentos e medos entre o leitor e as personagens.

“Mostra-me o que sabes. Ensina-me o que eu não sei.”