Existem abertos, ao momento, 33 processos de inquérito e um disciplinar. Os restantes 17 casos permanecem em análise ou já foram arquivados.

Desde que foram abertos os canais internos com essa finalidade, universidades públicas de norte a sul do país receberam 51 denúncias de assédio e de discriminação. As acusações foram feitas por integrantes das comunidades académicas, ao longo de um ano e meio. O maior número de queixas é de assédio moral, porém, também foram reportados casos de assédio sexual, discriminação e fraude.

Esta terça-feira teve lugar na Universidade do Minho a manifestação “Academia Não Assedia”. Um grupo de estudantes juntou-se, no campus de Gualtar, para exigir à reitoria ações mais céleres, face a todos os casos de assédio.

Os alunos propuseram no manifesto lido por Teresa Amorim, da Rede 8 de Março e da UMAR Braga, a criação de um “Gabinete Independente de Apoio Psicológico e Jurídico à Vítima” em todas as universidades. Este gabinete deverá ser composto apenas por pessoas sem ligações às instituições. A acrescentar, foi pedida a realização de um questionário anónimo direcionado a todos os estudantes e funcionários.

Estudantes de todas as universidades apelam à atribuição de processos disciplinares aos agressores, ou mesmo, que estes sejam suspensos ou expulsos. Querem garantir que as vítimas são bem avaliadas e a criação de um serviço de apoio psicológico sem custos. Isto em conjunto com formações pedagógicas sobre assédio sexual e moral, racismo e xenofobia.

A manifestação “Academia Não Assedia” serviu também para a denúncia de um email, enviado a todos os alunos da Universidade do Minho, na passada quinta-feira, dia 2 de novembro. O email em questão, enviado por um aluno da Escola de Economia e Gestão, tinha como intenção criminalizar o aborto.

Miguel Martins, representante dos estudantes no Conselho Geral da Universidade do Minho, informou que o email foi reencaminhado para a Provedora do Estudante, para que se consiga perceber o que falhou com a Direção de Tecnologias e Sistemas de Informação. A Provedora do Estudante, Rosa Vasconcelos, assegurou que a situação já foi solucionada pela presidente do Conselho Pedagógico da Escola de Economia e Gestão, Maria do Céu Arena.