O monumental património do concelho é sobretudo cultural, histórico e natural.

O Guia ComUM chega em novembro ao coração do Alto Minho, onde a paisagem idílica de Ponte da Barca convida a uma visita atenta. De origens muito remotas, o concelho destaca-se pela valorização dos seus costumes, pela riqueza da sua gastronomia e pela ternura das suas gentes.

Castelo de Lindoso

No alto da Serra Amarela, sobre a margem esquerda do rio Lima, o Castelo de Lindoso foi construído durante o reinado do rei D. Afonso III, a fim de, essencialmente, defender a soberania da fronteira portuguesa. Tratando-se de um notável exemplo da arquitetura medieval, a fortaleza foi construída em duas fases. A primeira, composta pela edificação da linha de muralha interior, e a segunda, na qual foram construídas as muralhas exteriores, em forma de estrela.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o Castelo de Lindoso compreende, atualmente, um museu, onde é retratada a ocupação humana da freguesia de Lindoso, desde o Neolítico até aos dias que correm. Junto ao castelo, encontra-se a eira dos Espigueiros de Lindoso, ainda hoje utilizados para armazenar e secar cereais, que constitui um dos cenários mais típicos da província minhota.

Aldeia da Ermida

A aldeia da Ermida situa-se em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, entre os vales e montanhas da Serra Amarela, e trata-se de uma das aldeias mais isoladas do país. As fontes, os bebedouros dos animais e os espigueiros compõem a sua paisagem.

Os habitantes da Ermida representam a típica povoação serrana, que preserva uma extensa área agrícola construída em socalcos, aproveitados para a prática de uma agricultura de subsistência. A partir do miradouro, que assinala a chegada à localidade, é possível contemplar estes campos que envolvem a população.

No pequeno Núcleo Museológico da Ermida estão assinaladas as principais características desta comunidade e encontram-se expostos dois elementos importantes do património cultural da aldeia: a estátua-menir, uma rara escultura antropomórfica feminina, datada de meados do II milénio a.C., e a Pedra dos Namorados, uma laje de granito, da época da romanização, que ilustra duas figuras antropomórficas, uma feminina e outra masculina, de mãos dadas. A cascata da Ermida, uma das quedas de água mais altas da Serra Amarela, é também um deleite para refrescar e desfrutar da natureza.

Santuário de Nossa Senhora da Paz

Situado a cerca de 10 km da vila de Ponte da Barca, na União de Freguesias de Vila Chã, o Santuário de Nossa Senhora da Paz tem como propósito fundamental o acolhimento de peregrinos e visitantes. Conta, para isso, com o apoio de voluntários da freguesia.

A fundação deste santuário mariano remonta às aparições de Nossa Senhora da Paz ao pastorinho Severino Alves, nos dias 10 e 11 de maio de 1917. A grande afluência de peregrinos ao local destas aparições motivou a criação da Capela de Nossa Senhora da Paz, em 1969. O restante espaço do Santuário foi edificado, ao longo dos anos, graças ao aumento do número de visitantes.

Altominho TV | Site

Jardim dos Poetas

Próximo ao centro histórico da vila de Ponte da Barca, o Jardim dos Poetas é uma homenagem aos irmãos Frei Agostinho da Cruz, eremita no convento da Arrábida, e Diogo Bernardes, o Poeta do Lima, que acompanhou o rei D. Sebastião a Alcácer-Quibir, onde foi feito prisioneiro. A memória dos irmãos poetas é recordada pelo monumento em sua homenagem presente no jardim.

Neste espaço, o Mercado Pombalino e o Pelourinho assumem, também, um enorme valor. Considerado o ex-líbris da vila, o Mercado Pombalino foi edificado em 1752 e destinava-se ao abrigo de comerciantes e dos seus produtos. Em frente ao mercado encontra-se o pelourinho, classificado como monumento nacional desde 1910.

Vítor Oliveira | Flickr

Ponte Medieval

Integrando a encantadora paisagem da vila de Ponte da Barca, a Ponte Medieval situa-se sobre o rio Lima e foi construída no início do século XV. Classificada como Monumento Nacional, sofreu obras de restauração nos séculos XVIII e XIX.  A ponte é constituída por dez arcos desiguais entre si e assentes em fortes pilares, conservando da construção primitiva oito arcos, apenas.

Na realidade, a própria vila deve o seu topónimo a esta ponte. Uma vez que o rio Lima só era atravessado através de uma barca, a vila foi denominada de Barca. Posteriormente, com a edificação da ponte, passou a denominar-se de Ponte da Barca. A construção da Ponte Medieval acentuou a relevância, a nível comercial, da localidade, que se tornou num importante foco regional.

António Ramos | Olhares

Romaria de São Bartolomeu

A semana mais esperada do ano, para os barquenses, começa a 18 de agosto e termina no dia 24, o dia de S. Bartolomeu. Considerada, por muitos, a mais típica e genuína romaria do Alto Minho, a Romaria de S. Bartolomeu faz-se, acima de tudo, do povo, da sua alegria, da indescritível sensação de folia conjunta que o faz vibrar pela sua festa, na qual tem tanto orgulho.

Ao longo dessa semana, a tradição e os costumes são fortemente enaltecidos – o folclore, a feira das tasquinhas e do artesanato, o cortejo etnográfico, entre tantas outras atividades. Mas é na mágica noite de 23 de agosto que os bordados das tradicionais camisas de linho se juntam ao som das concertinas. Canta-se à desgarrada, dança-se o vira e as rusgas desfilam, até amanhecer.

O dia 24 de agosto é reservado para a majestosa procissão em honra de S. Bartolomeu. Na mesma, a população participa em peso, e para o espetáculo de fogo de artifício, o “fogo do rio”, que encerra, cheio de luz e cor, as festas concelhias de Ponte da Barca.