A cantora e compositora retornou com todo o seu carisma e potência à cidade de Braga.

A artista com raízes alemãs e búlgaras regressou ao Theatro Circo, no passado dia 28, após a realização do seu primeiro álbum, em 2018. Desta vez, no lugar do pequeno auditório, apresentou-se no palco principal da maior casa de espetáculos bracarense.

O show que aconteceu na terça-feira foi uma remarcação. A compositora encontrava-se doente na primeira data anunciada para outubro e disse que foi a primeira vez que cancelou um concerto por questões de saúde, relatando que foi menos doloroso do que imaginava.

A grande sala do teatro estava longe de estar cheia e por isso a artista fez questão de incentivar aos que sentavam mais longe a ocuparem os lugares mais à frente. Assim, ela conseguiria prosseguir sentindo “a energia de todos”. Num espetáculo mais intimista, Lisa tocou alguns sucesso do seu único álbum solo, “Chameleon”, assim como apresentou as faixas de “The wind tunnel session”, produzido este ano em conjunto com o Canea Quartett.

A cantora une a sua formação clássica com estilos mais contemporâneos, marcados pela utilização de sintetizadores eletrónicos. Dessa forma, ao longo das apresentações, foi realizando múltiplas ações e às vezes até em simultâneo. Conduzia o sintetizador, modulava o som através de botões e cabos, tocava piano e cantava. A força, delicadeza e amplitude da sua voz também conferiu um papel crucial para a imersão do espectador nas histórias que cada música transmitia.

Mas para além do seu timbre, a iluminação foi algo que merece ser destacado. A partir do jogo de luzes e escolha cromática, foram criadas atmosferas únicas que reforçaram o caráter simbólico e emotivo de cada canção.

Após os 72 minutos de apresentação, Lisa ainda prometeu reunir-se com aqueles que tivessem curiosidade em entender exatamente como ela conseguia produzir música a partir de toda aquela parafernália. Aplausos longos e sorrisos animados conseguiram manter a artista no palco para mais duas canções finais. Despediu-se, no fim, com emoção e sinceros agradecimentos ao público.

Lisa Morgenstern, desde a sua primeira atuação em Braga, tem ganho mais reconhecimento a nível internacional. Em 2022 participou da produção na banda sonora de “The Empress”, série alemã da Netflix que foi recentemente nomeada para o Emmy internacional.