Tradição e renovação musical são o que move este grupo.

Foi em 1984 que, dada a falta de grupos culturais na Universidade do Minho, um conjunto de amigos viu uma oportunidade de criar o seu próprio grupo, o Grupo de Música Popular (GMP), de forma a divulgar a música e as tradições portuguesas. Assim permaneceu até hoje, sendo um dos grupos mais antigos da academia minhota.

Com uma história marcada por fases de reativação e momentos de inatividade, o GMP é um marco no que toca ao setor cultural da Academia Minhota. Em entrevista ao ComUM, o diretor do grupo revelou um pouco mais sobre a génese do GMP. Entre conversas sobre a trajetória, os objetivos e os desafios enfrentados ao longo dos anos pelo grupo, Henrique Pereira partilhou ainda um pouco da experiência de fazer parte do Grupo de Música Popular.

O principal objetivo do grupo é a preservação e divulgação da rica cultura musical portuguesa, mantendo esse princípio bem assente desde a sua fundação. A sua estratégia passa por adaptar as músicas e tradições populares para os tempos mais modernos, como forma de atrair um maior público e um maior interesse por este ramo por parte dos estudantes.

No entanto, não são apenas os estudantes que este grupo pretende abranger. Não são impostas restrições à participação. O grupo acolhe quer atuais, quer antigos estudantes da Universidade do Minho, refletindo a sua abertura à comunidade em geral.

A sua discografia é marcada pela participação num CD juntamente com outros grupos culturais da Universidade do Minho em 1985, projeto organizado pela AAUMinho – Associação Académica da Universidade do Minho. Em 1996, lançaram o seu próprio CD, “O Compadre”, onde reuniram diversas músicas típicas do cancioneiro popular minhoto, havendo algumas exceções. Henrique revela, no entanto, que o GMP planeia um novo álbum no futuro, enfatizando, mais uma vez, a importância de continuar a adaptar e divulgar a música tradicional.

Um dos seus elementos de destaque é o traje utilizado pelos integrantes do grupo durante as atuações. Inicialmente, este era uma fusão entre elementos tradicionais minhotos e o traje académico: calças e saias pretas e coletes também pretos, estes eram depois adornados com os bordados. Além disso, tinham também uma camisa branca e uma faixa, cada um de uma cor diferente, à volta da cintura. Ao longo dos anos este evoluiu, de forma a refletir a identidade do grupo. Atualmente, destaca-se pela camisa branca de linho com bordados florais, incorporando elementos da cultura minhota, acompanhado de calças de ganga.

Nos seus quase 40 anos de história, nomeadamente no seu início, o GMP realizou diversas digressões internacionais, levando a música tradicional portuguesa a países como Alemanha, antiga URSS, Polónia e França. Com estes grandes feitos, o grupo procura agora renovar o seu repertório e construir novas realidades musicais, apesar dos desafios enfrentados durante períodos de inatividade, de forma a poder viver, novamente, esses tempos áureos.

Um destaque na história do grupo era a organização do Festival Universitário de Música Popular (FUMP), em conjunto com o Grupo de Folclore da Universidade do Minho (GFUM). Este festival tinha a duração de 2 a 3 dias e procurava divulgar e trazer à cidade de Braga e à comunidade académica o que existe de música popular e tradicional e quão bonita ela é e as diversas variedades de música folk que existe no país. Este evento teve a sua última edição entre o ano de 2018 e 2019, no entanto, a falta de disponibilidade levou a uma pausa.

A estrutura do GMP é caracterizada pela ausência de hierarquia, operando como uma democracia. Existe, assim, apenas a direção, dividida em: artística, musical e técnica. Os ensaios, realizados semanalmente à quarta-feira por volta das 21h00, envolvem revisão de repertório, brainstorming e experimentação, refletindo a liberdade criativa e a colaboração dentro do grupo.

Por fim, Henrique Pereira deixou uma mensagem aos leitores, incentivando a que se juntem ao Grupo de Música Popular, afirmando que é muito divertido e os seus membros são bastante acolhedores. Além disso, afirma que têm muitas coisas por vir que, de certeza, irão entusiasmar não só quem faz parte do GMP, mas também a comunidade estudantil, tendo algumas atividades planeadas de forma a celebrar, no próximo ano, os 40 anos de existência do grupo.