O espetáculo pertence à iniciativa “Palcos Instáveis”, que reúne diferentes formas de arte performativas.

O Pequeno Auditório do Theatro Circo, em Braga, encheu-se com o som da performance “Na ausência da ternura”, no passado dia 29 de novembro. As expressões sensoriais foram o mote da peça, com foco na relação com o corpo e com o outro. Com recurso a efeitos sonoros e a objetos do quotidiano – duas ventoinhas e duas cadeiras, a apresentação desenvolveu-se durante os 30 minutos previstos.

Alguns dos momentos mais entusiastas para o público, embora reduzido, foram as intervenções vocais de um dos performers, Vítor Gomes, e a dança da conhecida música “Rolling in the Deep”, da cantora britânica Adele. O fim do espetáculo foi recebido com aplausos e pessoas de pé que expressaram a sua “maravilha” ao verem ambos durante um momento final de entrevista aos dançarinos.

Juliana Fernandes e Vítor Gomes partilharam que a criação de “Na ausência da ternura” surgiu daquilo que observam diariamente, remontando também para as suas vivências. Juliana Fernandes expressa que tira sempre algo dessas viagens pelo tempo, uns dias “mais chateada” e outros mais “feliz”, mas grata por “não estar a passar mais por aquela situação”. Ambos os artistas partilharam que tudo começou há cerca de 5 anos, quando se conheceram, numa partilha mútua de interesses e de química ao dançar.

Os performers sentem que na atualidade a “ausência de ternura” está cada vez mais evidente, sendo por isso um dos temas estruturantes da peça. Juliana Fernandes e Vítor Gomes exploraram ainda a questão da intuição, explicando como esta é natural na sua dança, expressão e convivência, o que torna a experiência de atuarem juntos mais enriquecedora. Os comentários finais foram de elogio e agradecimento ao trabalho dos dois dançarinos e as palmas ressoaram novamente.