O festival propõe uma viagem por diferentes culturas e atribui ao corpo um papel central na expressão de sentimentos.
De 1 a 10 de fevereiro de 2024, o GUIdance ganha vida com 10 espetáculos e atividades paralelas na cidade de Guimarães. O evento vai decorrer entre o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e o Teatro Jordão (TJ).
GUIdance dá palco para expressar, através do corpo, o desejo de um mundo mais tolerante e empático, proporcionando uma viagem pelas diversas culturas e identidades, com destaque para as asiáticas e africanas. Essa jornada é viabilizada pelos espetáculos de Victor Hugo Pontes, Panaibra Gabriel Canda, Gio Lourenço, Wayne McGregor, Beatriz Valentim, Piny, Gaya de Medeiros, Shimmering Production, Diana Niepce e Tjimur Dance Theatre.
Programação do GUIdance
No primeiro dia do festival, 1 de fevereiro, quinta-feira, destaca-se “Bantu”, de Victor Hugo Pontes. Esta coprodução do CCVF/A Oficina é o resultado de um convite aos Estúdios Victor Córdon e ao Camões – Centro Cultural Português em Maputo para Victor Hugo Pontes. O espetáculo reúne bailarinos portugueses e moçambicanos, utilizando a linguagem universal da dança para criar pontes entre Portugal e Moçambique, explorando afinidades complexas e memórias compartilhadas.
No GUIdance 2024, a presença africana destaca-se nos espetáculos como “Time and Space: The Marrabenta Solos” de Panaibra Gabriel Canda (2 de fevereiro), explorando a desconstrução de representações culturais do corpo moçambicano, num solo acompanhado pelo guitarrista Jorge Domingos, que explora a música Marrabenta. “Boca Fala Tropa”, de Gio Lourenço (3 de fevereiro), convida a um itinerário biográfico centrado nos movimentos do Kuduro, enquanto “.G Rito” de Piny (7 de fevereiro) oferece uma narrativa desalinhada sobre ancestralidade, desafiando o tempo linear e o espaço concreto. Este último espetáculo expressa corpos políticos, não conformados e não formatados.
Explorando novas perspectivas globais, o GUIdance apresenta duas estreias nacionais de Taiwan. Em “bulabulay mun?” (10 de fevereiro), os Tjimur Dance Theatre reconstroem o esquecido “Incidente Mudan de 1987”, uma batalha histórica envolvendo a militarização japonesa. A criação “Beings” (9 de fevereiro), da Shimmering Production, coreografada por Yeu-Kwn Wang, inspira-se no caractere chinês “人” (pessoa), explorando vínculos profundos num dueto emocionante. A peça “Atlas da Boca” (8 de fevereiro), dirigida por Gaya de Medeiros e co-criada com Ary Zara, investiga a boca como ponto de convergência entre palavra, identidade e voz, desafiando convenções e abrindo novas narrativas. Estes espetáculos oferecem uma viagem transcultural e expressiva no cenário da dança contemporânea.
A produção nacional destaca a artista Diana Niepce e o seu espetáculo “Anda, Diana” (10 de fevereiro). Nessa apresentação, Niepce retrata a reconstrução de si mesma após uma queda, num diálogo sincero entre corpo e mente, lógica e caos, culminando na formação do corpo que dança. Assim, transforma o corpo em instrumento de revolução, desafiando normas, questionando preconceitos e ideias, estabelecendo novos padrões estéticos que nos instigam a refletir não apenas sobre a dança, mas também sobre o corpo em si e além.
No âmbito da programação de Educação e Mediação Cultural, Beatriz Valentim apresenta no GUIdance o espetáculo “O que é um problema” (4 de fevereiro), direcionado ao público juvenil. A performance explora alternativas num caminho desafiante, abordando problemas na arquitetura do corpo e suas limitações. Nesta criação, o corpo curioso e perspicaz embarca numa jornada de descoberta através do movimento, construção, desenho e sons.
O festival também destaca “UniVerse: A Dark Crystal Odyssey”, uma obra do renomado coreógrafo britânico Wayne McGregor, que retorna a Guimarães, no palco do CCVF, a 3 de fevereiro. Reconhecido internacionalmente pelas suas inovações tecnológicas e multidisciplinares, McGregor apresenta uma coreografia sobre-humana envolta por tecnologia imersiva de última geração. Esta contemporânea ode à mudança oferece uma meditação sobre a crise climática, inspirada no clássico cult de Jim Henson (“The Dark Crystal”), explorando um planeta doente e uma raça dividida em busca de cura.
Esta edição do GUIdance amplifica a sua missão de aproximar as artes e os artistas ao público com atividades paralelas, tais como masterclasses para bailarinos/as e alunos/as de dança avançados, conversas pós-espetáculo com os criadores internacionais, debates moderados por Claudia Galhós, visitas a escolas de Guimarães com os artistas que fazem parte do programa do festival, ensaio aberto de “Bantu” para escolas de dança e oficinas para crianças e famílias. Sessões de cinema em colaboração com o Cineclube de Guimarães fazem também parte da programação, assim como uma atividade comunitária, “Bailar Fora de Casa”, dando continuidade à iniciativa “Bailar em Casa”, da Casa da Memória.
“A cartografia desta edição 13 do GUIdance coloca-nos perante a possibilidade de vivenciar mundos surpreendentes e reveladores de contextos longínquos”, refere Rui Torrinha, responsável pela direção artística do GUIdance. O festival aproxima-nos “de forma qualificada de obras que procuram ressignificar o presente para ganharmos caminho futuro”, rematou.
Os bilhetes para os espetáculos do GUIdance 2024 estão disponíveis online em oficina.bol.pt e nas bilheteiras de locais como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e a Loja Oficina (LO), além de entidades aderentes da BOL. Os preços variam entre os 2 e os 10 euros. A edição oferece a opção de assinaturas com descontos de 20%, 30% e 40% para acesso a 2, 3 ou 4 espetáculos à escolha, respetivamente.