Dando os primeiros passos depois do disco que virou o rumo à sua carreira, Ana Moura lança o primeiro single após Casa Guilhermina. A mistura de estilos é clara – fado, com alguns notáveis elementos de funk brasileiro.

BLITZ, Rita Carmo

Fados convencionais deixaram de ser o expectável da artista, por parte dos ouvintes, desde o último álbum. Ana Moura enveredou por uma aposta na modernização do ritmo, que lhe tem saído muito bem. Desta vez, os ritmos africanos são postos um pouco de parte, dando lugar a novos ritmos, associados ao Brasil.

Não só o ritmo, como a letra, são sobre o “poder de nos conhecermos a nós próprios e transmitir isso livremente”, refere a artista. A letra de empoderamento pertence a um movimento cada vez mais feminista do fado. É constatado, assim, que o fado já não é apenas sobre melancolia e sentimentos de saudade e tristeza, mas sim também sobre confiança e emancipação.

O videoclipe, bastante simplista, apresenta Ana Moura em diferentes outfits a andar pelas ruas de Paris aquando da Semana de Moda da Mulher na capital francesa. “Não espero que aprovem e quê? / Tudo o que visto é por amor, amor por mim” canta a artista.

Mais uma vez, Ana Moura demonstra ser uma artista à altura. Sem medos de, após mais de 20 anos de carreira, arriscar por novos caminhos e sem nunca perder a relevância no meio.  “Os que julgam podem ficar à janela, a ver-nos passar com confiança”, acrescenta a artista.