O festival trouxe momentos cómicos e emocionantes ao palco do Theatro Circo.

A 28ª edição do CELTA regressou durante os dias 8 e 9 de dezembro com o tema “viagem ao mundo”. Recebendo tunas de diferentes partes do país, o festival foi pautado por uma troca cultural entre os participantes, com representações dos vários países e continentes e uma homenagem ao monumental tuno da Azeituna e professor António Guimarães Rodrigues.

O segundo e último dia do festival abriu com um vídeo cómico da tuna anfitriã pelas ruas da Itália, onde decorreu a sua mais recente digressão, e a passagem para o Theatro Circo. O tuno “Perca”, António Melo, foi recebido com uma sala cheia de pessoas ansiosas para assistir às apresentações. As suas contribuições foram sobretudo humorísticas e despertaram gargalhadas do público. O palco foi decorado com malas de viagem e a bandeira portuguesa a representar o tema do CELTA deste ano.

Com o fim da prestação de António Melo, subiu a palco a primeira tuna da noite, vinda da cidade dos estudantes, a Estudantina Universitária de Coimbra (EUC). Os temas apresentados foram “Xo Xo Losa”, representando o continente africano, uma interpretação instrumental de uma das músicas de “El Condor Passo” e “Doce Gardenias”, da banda Bueno Vista, numa “visita especial ao mar quente do Caribe”, interpretado vocalmente por um solista acompanhado de instrumental. A última apresentação da EUC foi dedicada aos anfitriões com a música “Bailados do Minho”. A tuna foi recebida e deixada com aplausos estrondosos e assobios da plateia.

Durante o compasso de espera para a apresentação da segunda tuna, os anfitriões do CELTA trouxeram momentos cómicos com a rúbrica “Ás Breaking News”, que noticiava satiricamente a tentativa de entrevistar um suspeito em negócios do lítio. O repórter “asserio Lopes” foi acompanhado pelo comentador televisivo “Zé Milhazes” com informações “vindas diretamente do Twitter”. Os espectadores foram apanhados de surpresa na entrada pela plateia de três tunos vestidos de polícia e seguranças na prisão do suspeito do crime. O momento acabou com a subida da Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico (TUIST).

A TUIST estreou-se com uma música francesa fazendo referência à cidade de Paris. O seu segundo tema foi uma música do continente africano dedicado à cantora Sara Tavares, que faleceu há pouco tempo. “A sua música trazia-nos coisas bonitas e queria-nos mostrar que o mundo não é o meu ou o teu, é o nosso”. A tuna cantou uma peça autoral dedicada à Azeituna sobre a criação desta edição viajando posteriormente para os ares brasileiros com um instrumental do país. O grupo sugeriu também ideias para as próximas edições, tirando várias gargalhadas do público: “CELTA love is in the air”, “CELTA Litúrgico”, “CELTA Jamaica” e o que despertou mais risos, “CELTA Bracara Augusta”, fazendo referência ao festival da Tuna Universitária do Minho. Deixaram o palco depois de cantarem a música italiana “Bella Ciao” com o soltar de confettis.

O compasso entre tunas desta vez marcou-se pela satírica representação da cultura asiática através de jogos temáticos, com quatro espectadores que se voluntariaram a subir ao palco. As equipas, cada uma com duas pessoas, fizeram três atividades diferentes, conduzidas por dois dos tunos da Azeituna num tom cómico em inglês e através de gestos.

Com o fim deste intervalo, a Tuna Académica da Universidade da Beira Interior (DESERTUNA) chegou com a sua raposa Milu, que tinha o “sonho de estrear na Broadway”, mas como era muito pobre “teve de fazer pontes de ligação”, resultando numa viagem cultural. A primeira paragem foi em Macau, com uma música instrumental acompanhada com sombrinhas chinesas e o dragão representativo do país. A Milu continuou viagem pelas terras do sul africano com a atuação de “XO XO losa”. O destino final foi Nova Iorque, a cidade dos sonhos, com a interpretação de “New York, New York”. As luzes dos telemóveis da plateia e do palco acompanharam a última música num ambiente mais intimista. As palmas voltaram a ressoar fortemente.

Os anfitriões do festival foram os últimos a atuar na noite depois de um breve intervalo. A sua primeira atuação foi dedicada ao Tuno e professor António Guimarães Rodrigues: “estamos em homenagem a um dos grandes magníficos”, um gesto elogiado pelo reitor da Universidade do Minho num breve discurso. Tocaram ainda os temas “Suevos” e uma dedicada ao México encerrando assim mais uma edição de sucesso do CELTA com uma plateia emocionada a aplaudir ferverosamente de pé.

Prémios:

Prémio de Melhor Pandeireta: DESERTUNA

Prémio de Melhor Instrumental: EUC

Prémio de Melhor Solista: TUIST

Prémio 3ª Melhor Tuna: EUL

Prémio 2ª Melhor Tuna: EUC

Prémio Tuna mais Tuna: TUIST