Representantes dos estudantes contestam a qualidade dos serviços e a falta de transferências diretas no orçamento.
O Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho aprovou por maioria, em reunião, o Plano de Atividades e o Orçamento dos Serviços de Ação Social da UMinho (SASUM) para 2024. O documento foi aprovado com nove votos a favor, cinco abstenções e quatro votos contra – todos estes dos representantes dos estudantes que estiveram presentes na discussão.
O valor do orçamento para este ano é de 9.850.866 euros. Embora não haja alterações no que respeita a transferências diretas de financiamento, o que mereceu críticas dos representantes dos estudantes, verificou-se um aumento de 16,8% face a 2023.
“A realidade dos SASUM é, desde que me lembro destas discussões, dificílima, e foi sempre a contar tostões e continua a ser assim”, argumentou Joana Fraga, uma das três representantes que participaram nesta reunião do CG e apresentaram declaração de voto. “Não consigo reconhecer neste orçamento a capacidade de dar resposta às necessidades e às dificuldades que já foram sentidas e identificadas por toda a comunidade académica, principalmente pelos estudantes. Por isso, tenho que votar contra”.
Também o aluno Miguel da Silva Martins questionou a qualidade do serviço prestado, criticando afirmações do reitor sobre o “rigor e qualidade” dos SASUM. “Nós sabemos bem que há rigor, ou, por outras palavras, contenção económico e priorização de certas matérias em detrimento de outras, mas não vemos a qualidade nos SASUM. Infelizmente, isso deve-se à estratégia financeira que tem sido seguida, o que não deixo de lamentar”.
Margarida Isaías, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), também reprovou a estratégia do reitor. “Os SASUM são um serviço de apoio aos estudantes quando estes mais precisam. Não considero que em 2023 os SASUM tomaram as melhores decisões para os estudantes que mais necessitam e voto contra porque não acredito que em 2024 irá haver grandes mudanças ou grandes alterações no sentido de melhorar este apoio”, reforçou.
O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, assume que, num ano tão exigente para as estruturas da instituição, foi necessário tomar decisões e lembrou que as transferências pontuais feitas em anos anteriores nunca foram suficientes para resolver todos os problemas. Num momento em que a UMinho tem que tomar “decisões com um impacto significativo”, disse ainda que a universidade tem que exigir “critérios de maior rigor relativamente aos investimentos que estavam a ser feitos”.
A administradora dos SASUM, Alexandra Seixas, colocou-se do lado do reitor quanto à manutenção de apoio em 2024, prometendo um complemento de financiamento aos estudantes bolseiros na casa dos 40 euros por cama e 1 euro na parte alimentar. A discussão iniciou ainda durante a manhã, tendo sido interrompida para almoço e retomada à tarde.