Com 2023 a marcar definitivamente o fim da pandemia de COVID-19, o ano ficará marcado pela grande afluência aos cinemas. Porém, os programas de televisão não ficaram para trás. Desde de finais de séries excelentes ao fenômeno mundial Barbenheimer, o Cinema e TV deste ano foi memorável. Por isso, os redatores e crítica do ComUM selecionaram alguns dos seus filmes e séries preferidos do ano.
Asteroid City, Wes Anderson – Wes Anderson deleita o espectador, mais uma vez, com a sua nova obra cinematográfica. Asteroid City é uma comédia dramática metatextual, que narra a história de uma peça de teatro passada na cidade de Asteroid City, em 1955. Ao mesmo tempo, o longa explora a realidade do backstage na produção da peça. Através desta estrutura,o filme explora como as pessoas lidam com as suas emoções e encaram asadversidades e desafios de ser um ser humano. Tanto dentro como fora da peça, o espectador desfruta de um leque de personagens complexas, que ,através dos seus existencialismos, contam uma história emotiva. Capaz de impressionar para além do campo visual, Wes Anderson continua a provar ser um dos storytellers mais intrigantes da nossa era.
Barbie, Greta Gerwig – Em 2023, chegou aos cinemas um dos filmes mais esperados pelo público jovem. Com a direção de Greta Gerwig, Barbie explora com excelência os sentimentos, a inocência e as diferentes experiências femininas da passagem da infância para a idade adulta. O longa-metragem destaca uma mensagem importante de valorização e empoderamento das mulheres através de uma narrativa envolvente com uma das bonecas mais conhecidas no mundo. Com um humor subtil que satiriza o patriarcado e o capitalismo, Barbie articula o seu enredo, as cores e a sua trilha sonora para ilustrar perfeitamente cada detalhe da história, tornando-se um dos mais brilhantes filmes do ano.
Oppenheimer, Christopher Nolan – Não se pode falar de Cinema de 2023 sem falar do sucesso que foi Oppenheimer. Este filme retrata a história de J. Robert Oppenheimer, o físico que contribuiu para a criação da bomba atómica, e como este lida com as consequências que essa criação desencadeia. Christopher Nolan escreveu o argumento em 2021, onde descreve as ações do protagonista em primeira pessoa, como se fosse um diário. Nolan baseou-se no livro American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer, considerada a melhor biografia escrita sobre a vida do físico. O filme estreou a 20 de julho e arrecadou mais de 700 milhões de dólares em bilhetaria global. Nolan garantiu que as três horas de duração de filme fossem completamente imersivas. Um dos momentos mais icónicos do filme é certamente a fala: “Now I am become Death, the destroyer of worlds”. Esta não é só dita pelo personagem, como também pelo próprio físico e marca o fim da jornada de J. Robert Oppenheimer.
Babylon, Damien Chazelle – Situado em Los Angeles nos anos 20 e protagonizado por Brad Pitt, Margot Robbie e Diego Calva, Babylon segue a vida de várias personalidades do mundo do Cinema durante a transição dos filmes mudos para os talkies. A longa-metragem discute vários temas que permanecem atuais, como a imigração e a manipulação que rodeia Hollywood. Escrito e realizado por Damien Chazelle (La La Land, Whiplash), dividiu as opiniões fogosas dos críticos entre aqueles que adoraram e aqueles que odiaram. O uso de cenários maximalistas e o enredo glamoroso e emocional são capazes de instigar o amor pelo Cinema no público, que também não fica indiferente à beleza da cinematografia. Ultimamente, o filme constitui uma carta de ódio a Hollywood e, simultaneamente, uma carta de amor ao Cinema.
The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes – Quase no fim do ano, a 16 de novembro, Franscis Lawrense apresenta-nos mais uma adaptação de um livro da autoria de Suzanne Collins. O quinto filme da saga The Hunger Games é um prelúdio para os outros quatro, focando-se na décima edição dos Jogos. Coriolanus Snow, futuro presidente de Panem, é escolhido para ser mentor de Lucy Gray, o tributo feminino do Distrito 12. Conforme o avanço do filme, vamos presenciando um desenvolvimento na relação entre os protagonistas, que se mostra diferente à dos outros mentores/tributos. A longa-metragem explica como certos episódios vão influenciar o comportamento do Presidente Snow nos restantes filmes da coleção, servindo como esclarecedor para algumas questões levantadas durante anos.
Sucession, 4ª temporada – Com este ano veio também o final da série Succession. A saga da família Roy acaba com grandes reviravoltas e episódios excelentes. As anteriores temporadas tinham já uma grande qualidade, mas a quarta temporada apresenta histórias excitantes, desde o episódio 8, “America Decides”, ao último, “With Open Eyes”. Os episódios finalmente respondem à pergunta crucial: “Quem sucederá Logan Roy como chefe da empresa?”. Nesta temporada destacam-se as atuações de Jeremy Strong (Kendall Roy) e Kieran Culkin (Roman Roy). Para além disso, o domínio da técnica é igualmente impressionante, obretudo no episódio 3 “Connor’s Wedding”, com uma cena de 27 minutos sem cortes. Succession certamente ficará lembrada como uma das melhores séries de todos os tempos.
Escrito por: Margarida Barbosa, Sofia de Paulo, Ângela Eusébio, Daniela Ligeiro, Margarida Noversa, Maria Ribeiro