Assomado dos destroços do antigo Convento dos Remédios, o Theatro Circo é hoje considerado uma das mais relevantes salas de espetáculos do país.
2024 é o ano em que o Theatro Circo comemora 109 anos de espetáculos. Neste Lugar ComUM, o seu diretor artístico, Luís Fernandes, deu a conhecer o significado que o espaço acarreta, a forma como são selecionados os espetáculos a exibir e como reagem ao menor consumo de teatro pelos jovens portugueses.
O Theatro Circo é visto por muitos como um dos teatros portugueses mais importantes a nível global e como uma referência para diversos bracarenses. Definido por Luís Fernandes como “uma casa respeitada”, foi a imponência da sua história e a renovação da pluralidade artística que ditaram o seu futuro na Rede Ibérica da Rota Europeia de Teatros Históricos. “O teatro é uma instituição de relevo e que afirmou esse relevo num período alargado de tempo o que obviamente o fez estar numa rede como estas”, conta.
Uma programação cada vez mais heterogénea é uma das razões que está por detrás do vasto sucesso desta casa. Esta passa por diversos critérios até chegar à sua versão final, abrangendo múltiplas áreas artísticas para além do teatro, como a dança e os diversos estilos de música. Assim, como nos afirma o seu diretor artístico, “tocar em todos estes critérios de diversidade, de qualidade, é aquilo que está na base do pensamento de um programa”.
Sendo, ainda, sinónimo de teatro municipal e que tenta estabelecer uma interligação entre as gentes locais, este tenta acolher na sua totalidade diversas ações concelhias de caráter associativo e de entretenimento social, como ocorre com as tunas universitárias. “É um programa que tem que acontecer na cidade e nós cedemos a nossa sala de bom grado”.
Contudo, numa época em que assistimos a uma crescente desvalorização das artes por parte da comunidade juvenil, que prefere “consumir conteúdos mais comerciais e de entretenimento”, o Theatro Circo tem vindo a responder de forma positiva a este desafio. É através da sua oferta diversificada, a nível de espetáculos e de perfil público, e do seu trabalho contínuo com os mais jovens através das escolas que estes têm vindo a tentar incutir nos mais novos o bichinho das artes. “O que nós fazemos é pensar em teatros para diferentes públicos e tentamos ser o mais estimulantes possíveis para que esses públicos venham cá ver aquilo que nós apresentamos”.
Luís Fernandes não deixa de fazer o convite a todos os leitores do ComUM para que estes participem cada vez mais nas propostas incutidas pelo Theatro Circo e pelo gnration. Propostas estas que considera “que acarretam sempre algum valor para quem as vê”.