Antecedente a esta Sexta-Feira Santa surge o Dia Nacional da Juventude, que nasce da luta juvenil pela paz e da sua reivindicação.
Esta quinta-feira, dia 28 de março, marcou a celebração do Dia Nacional da Juventude. Desde 1947, muitos jovens relembram a repressão do regime fascista que agrediu violentamente e prendeu muitos dos jovens participantes em dois acampamentos organizados pelo MUD-Juvenil (Movimento de Unidade Democrática Juvenil) nesse ano. Hoje, surgem preocupações associadas à fusão do Ministério da Educação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ao aumento dos preços nos mais variados setores e à crescente falta de oportunidades para os jovens.
Ainda assim, estudantes salvaguardam o que de bom traz o ensino superior. Agradecem pela oportunidade de estudar, pelas conexões formadas ao longo do percurso e pelas várias iniciativas organizadas pelas associações estudantis.
Em declarações ao ComUM, Margarida Isaías, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), refere que a associação “em todas as áreas tem uma grande adesão”. A representante destaca que “a parte da cultura e recreativa têm ainda mais adesão”. Acrescenta que eventos como a Latada, o Cortejo e a Imposição de Insígnias contribuem para o reconhecimento do “sentimento de pertença à Universidade do Minho”. No que toca à parte recreativa, a criação dos eventos é vista como “uma forma de dar oportunidades aos estudantes de estarem em contacto com alguns artistas de uma forma mais barata”.
Relativamente a uma das festividades mais famosas da academia, o Enterro da Gata, Margarida Isaías menciona que a AAUMinho tenta sempre “trazer artistas que os estudantes querem ouvir”. Durante essa semana, salienta que o objetivo é “dar aos estudantes uma semana de completa descontração, relaxamento, de convívio entre cursos, entre pessoas e estudantes aleatórios nos recintos”.
Enquanto dirigente da AAUMinho e estudante finalista de Medicina, Margarida Isaías refere que tem tido “experiências enormes, diversificadas e muitas aprendizagens”, sobretudo em “questões como a gestão emocional, gestão de pessoas, liderança, gestão de equipas, adaptabilidade e comunicação”. A experiência em si permitiu-lhe “verdadeiramente conhecer a Universidade” e a sua cidade.
Aconselha assim os estudantes que se encontram no seu primeiro ano a participarem na vida académica e realça que estes “são importantes naquilo que é o desenvolvimento do país”. Como forma de destacar a força dos jovens, divulga que foram estes “que começaram e desfrutaram muito daquilo que foi o 25 de abril”. Na comunidade estudantil, dá ênfase à sua “irreverência e independência de quaisquer interesses partidários” e alerta para a importância da participação, uma vez que esta permite uma maior democracia.
Estudantes do primeiro ano defendem que a integração “tem sido boa” e que as aulas corresponderam às expectativas. Ao longo dos anos de licenciatura, demonstram vontade de se envolverem mais na vida académica. “Pretendo envolver-me mais com as atividades da Universidade” e aconselham os colegas.
Já no terceiro ano, a estudante entrevistada assume que, relativamente ao primeiro, sente “mais falta de ser praxada”, dado que foi uma ajuda para se “sentir incluída e não tão dispersa”. Neste dia, recomenda a todos os estudantes que “aproveitem tudo, seja praxe, seja associativismo, seja estudos” e alerta para um período que “passa a correr”.
Estudantes internacionais vêm a experiência na UMinho como positiva. Um jovem italiano descreve a sua experiência como “incrível”. “Os sítios e as pessoas são incríveis, queridas e divertidas.” Um estudante grego partilha o mesmo ponto de vista, mesmo tendo “apenas chegado há um mês”. Também inclui o gosto por “conhecer novas pessoas”, sendo que as mesmas o ajudam e fornecem “alguns conselhos e informações”.
Numa perspetiva de comparar Portugal ao seu país natal, as diferenças surgiram mais comparativamente à Grécia. O estudante internacional refere que no seu país os métodos usados nas aulas “são mais antigos”, uma vez que “continuam a usar livros e cadernos para escrever tudo”. Em Portugal, revela que os meios “são mais avançados”, porque se “encontra tudo na Internet, na Blackboard e no Outlook”.
Já o estudante italiano diz que prefere estudar em Portugal e a razão baseia-se no facto de ter “mais trabalhos de grupos”, o que lhe permite “conhecer novas pessoas”. Em Itália, “as aulas são maiores”, o que para si “não é tão bom”.
O Dia Nacional da Juventude relembra a luta dos jovens pela paz, pela liberdade e pela oportunidade na educação. É uma data que realça as mudanças ainda a fazer e o percurso a seguir para ver melhorias no ensino. No entanto, é igualmente uma data que destaca o positivo do que foi adquirido pelos jovens até hoje e todos os benefícios inerentes ao ensino.
Artigo realizado por: João Venda & Ricardo Ferreira