Casa cheia para acolher Salvador Sobral, que atuou na sexta noite desta edição do Festival Sons de Vez.

Foi no passado sábado que Salvador Sobral apresentou na Casa das Artes de Arcos de Valdevez o seu quarto álbum de estúdio: ”Timbre”. Este foi o segundo concerto da tour de apresentação do disco, que ainda vai passar por países como Itália, Espanha, Turquia e Brasil.

O concerto acarretou consigo uma atmosfera intimista, muito pela proximidade do público e pelo pequeno espaço em que a banda atuou. No entanto, o palco estava repleto e a energia nunca faltou, com os cinco elementos que o acompanharam – Clara Lacerda no piano, Eva Fernandéz no saxofone e nas maracas, André Santos na guitarra e no rajão, André Rosinha no contrabaixo e Guilherme Melo na bateria.

Emergindo pelo meio do público, o início do espetáculo pressagiou a hora e meia que se seguiria. As interações naturais com o público e o humor espontâneo do vencedor da Eurovisão 2017 foram um complemento para o já conhecido talento musical do artista. Abordou diferentes temas da sua vida pessoal, como a sua saúde – parou, inclusive, o concerto para tomar os comprimidos -, a vitória histórica no maior concurso europeu de música e a sua filha nascida em dezembro de 2022, que inspirou em grande parte este novo reportório de canções.

A naturalidade e simplicidade com que Salvador Sobral se apresentou ridiculariza um potencial pretensiosismo de uma audiência que só conhece o artista como cantautor.  Assim, a fusão de música erudita com um ambiente relaxado e seguro tornaram todo o envolvimento do show muito singular. No palco, para além da apresentação do novo disco, também foram interpretados alguns covers, desde Rui Veloso a Geraldo Azevedo e os seus principais hits – “Amar pelos dois” e “Anda Estragar-me os Planos”. Por vezes apresenta-se sozinho o piano, mas a sua banda, repleta de músicos talentosos, dá muita luz a toda à atuação, sem tirar o brilho da estrela principal.

O espetáculo findou com uma saída por entre o público, utilizando apenas instrumentos acústicos e com o cantor a improvisar uma melodia e letra apelando ao voto. Ficou provado que quando a música corre no sangue, não há tema que não resulte numa boa canção.