No dia 17 de abril, o Instituto de Ciências Sociais (ICS) recebeu os capitães de Abril Mário Tomé e Rodrigo Sousa e Castro para um debate que contou com a moderação do Professor Fernando Bessa.

Com a temática “Capitães de Abril: Olhares sobre a revolução”, o evento desta quarta-feira recebeu os capitães de Abril Mário Tomé e Rodrigo Sousa e Castro que contaram a história da revolução e dedicaram-na a José Afonso e Salgueiro Maia. A sessão começou com a projeção de um pequeno filme produzido por João Botelho.

Com duas perspetivas diferentes sobre aquilo que é o pós 25 de abril, este aceso debate teve como ponto de concordância a importância da revolução para a sociedade portuguesa. De um lado,  presenciamos a opinião do Coronel Rodrigo Sousa e Castro que participou na revolta de 25 de novembro e fez parte do Grupo dos Nove e de Major Mário Tomé que foi preso durante a crise de 25 de novembro, líder do UDP (União Democrática Popular), um dos partidos que mais tarde daria origem ao Bloco de Esquerda.

Durante este debate, ambos concordaram que haviam três possíveis caminhos para o que seria o pós 25 de abril. Um caminho socialista, outro comunista e por fim, o que foi adotado, um caminho de política ocidental europeia, com a entrada de Portugal na União Europeia.  O Coronel Rodrigo Sousa e Castro afirmou que este último era o caminho desejado pelo Movimento da Forças Armadas, aquando do início da Revolução e colocou Portugal naquele que seria o melhor período da sua história com “50 anos de paz, progresso e liberdade”. Por outro lado, o Major Mário Tomé disse que “o voto popular livre não significa liberdade” e reiterou que justiça social e igualdade eram dos principais motes da revolução.

Este debate contou ainda com várias acusações de parte a parte, com Mário Tomé a  relembrar o assassinato do Padre Max, pela extrema-direita, uma importante figura do partido de esquerda UDP e com Rodrigo Sousa e Castro a afirmar que o 25 de novembro foi um ajuste de contas com o 25 de abril. O evento terminou com ambos os convidados a responder a perguntas colocadas pelos presentes na sala e com a distribuição de cravos vermelhos.