No dia 5 de abril deste ano, Conan Gray lançou o seu terceiro álbum de estúdio, Found Heaven. Mais uma vez, cativa o mundo com suas composições sinceras e introspetivas, que capturam as nuances da idade adulta mais jovem, com uma sinceridade rara.O cantor fugiu um bocado ao seu estilo habitual de música indie-pop. Desta vez permitiu que fosse criado um disco cheio de percussão ecoante e uma energia contagiante.

O artista cresceu ao som de músicas da década de 1980. A fusão de influências de gerações anteriores influenciou Gray a criar uma expressão única da adolescência contemporânea através das suas músicas. Ao longo de sua carreira, o cantor sempre explorou temas dramáticos de amor não correspondido e lutas adolescentes, capturando a essência da vida dos jovens no século XXI. Desta vez não foi diferente, sendo este álbum sobre a primeira vez que realmente se apaixonou e foi correspondido, mas também a primeira vez que teve o seu coração partido.

 

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A instrumentação serena e os vocais suaves de Conan Gray são transformados ao longo das músicas em um pop-rock sensacional com guitarras e melodias poderosas. Como exemplo disto podemos mencionar as músicas “Alley Rose” e “Winner”, duas faixas com um impacto enorme no álbum. Já “The Final Fight” relembra os melhores clássicos adulto-contemporâneos da década de 1980. O principal fator para o quão boa esta faixa é, vem não apenas da voz doce de Conan, que realmente combina com o tom das músicas do gênero, mas também da habilidade que o cantor tem de criar melodias apaixonantes.

 

 

Conan Gray fecha tudo com um regresso à sua forma habitual, com a faixa “Winner”, a única música do álbum onde um piano assume a liderança. Com um refrão bastante simples, “Now you really are the winner/ Take a bow ’cause you’re the winner”, o vocalista admite, pela última vez, como a pessoa que partiu o seu coração realmente o magoou. Parece que Gray não deixará de cantar sobre desgostos, especialmente considerando que Found Heaven é a primeira vez que ele vive tal coisa, mas a sua ambição e talento como escritor e cantor são suficientes para manter as pessoas interessadas, não importa o que ele faça a seguir.

 

 

Em suma, Found Heaven é a prova de que Conan Gray finalmente teve a liberdade de realizar um projeto no qual está interessado há muito tempo. O artista sempre teve grande afinidade com o synthpop dos anos 80, conseguindo agora aventurar-se no universo dos gêneros que marcaram essa década e fê-lo de uma maneira excelente. Este é dos seus melhores trabalhos, senão o seu melhor até hoje e o facto de ele estar a fazer algo que sempre quis é a principal razão pela qual o resultado é tão bom. Quando fazemos algo que gostamos, o resultado é sempre melhor e mais genuíno e este disco é a prova disso.