“Do Vale da Amoreira para o mundo” é a frase emblemática que representa o trajeto do primeiro jogador português da história da NBA. Ver alguém do nosso país a jogar no mais alto nível do basquetebol mundial sempre foi um sonho de todos os fãs da modalidade, um desejo que era considerado “impossível” há alguns anos, mas que foi alcançado por Neemias Queta em 2021.

Nascido em 1999, filho de pais guineenses, Neemias Esdras Barbosa Queta cresceu no Vale da Amoreira, freguesia pertencente ao distrito de Setúbal. Antes de ingressar na modalidade, Neemias, como maior parte das crianças em Portugal, tentou ser jogador de futebol. Contudo, a falta de qualidade com os pés e o facto da irmã mais velha jogar basquetebol motivou o português a juntar-se à equipa de basquetebol do Barreirense quando tinha 10 anos. O resto é história.

Destacando-se no Barreirense e, depois, no SL Benfica, Neemias recebeu a oportunidade que poucos portugueses tiveram de jogar no basquetebol universitário dos Estados Unidos, o último passo antes da entrada na NBA.

Foi no dia 30 de julho de 2021 que o português concretizou o tão desejado sonho, quando foi escolhido pelos Sacramento Kings na segunda ronda do draft. Na NBA, Neemias não representa apenas o seu nome e o da sua família, mas também o do seu país e povo que o acompanha diariamente.

Neemias Queta está a fazer a sua melhor temporada este ano, depois de duas épocas com poucas oportunidades em Sacramento. Nesta temporada, já nos Boston Celtics, o português tem jogado com uma maior regularidade e a mostrar que tem qualidade para permanecer na liga nos próximos anos.

Esta entrada de um atleta português numa das ligas mais competitivas e fechadas do mundo abre portas para que futuros jogadores tenham Neemias como um exemplo a seguir e consigam repetir esse mesmo feito. Um exemplo disso é o jovem Ruben Prey, que se tem destacado em Espanha e pode vir a juntar-se a Neemias na NBA. Todos os fãs desta modalidade desejam que Neemias seja o primeiro de muitos portugueses que no futuro possam representar a sua nação no maior palco do basquetebol mundial.