Lizzy McAlpine lançou o seu terceiro álbum dia 5 de abril. Older é composto por 14 faixas, que rondam os 45 minutos. É através do Indie-Folk que a cantora americana explora o seu crescimento face ao projeto anterior, numa versão dela que afirma ser mais pura e honesta.

Em comparação com a música previamente lançada por McAlpine, o álbum realmente demonstra a maturidade da artista, maioritariamente através das suas letras. Melodicamente, essa maturação pode ter bloqueado um bocado a exploração, resultando em músicas que, no final de uma audição completa do álbum, começam a fundir-se ligeiramente umas com as outras.

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A abertura de Older destaca-se pela voz angelical de McAlpine, que certamente merece o foco que lhe é dado ao longo do projeto. Tematicamente, distingue-se das restantes faixas pelo retrato de uma relação mais recente em comparação com a que é tratada no resto do álbum, e, por isso, ajuda a proporcionar o quão má a última foi. De resto, é uma boa introdução ao novo estilo adotado pela cantora, mais acústico e menos cinemático, exceto alguns momentos de maior experimentação.

A segunda faixa do álbum, Come Down Soon, começa imediatamente com a voz de McAlpine acompanhada por uma guitarra, que mais tarde é assistida por uma voz masculina, acrescentando uma dimensão agradável à música. O instrumental mais groovy justapõe a letra pessimista, que demonstra a abordagem da cantora nas suas relações, e o impacto de relacionamentos passados no atual. Estes temas também são desenvolvidos na canção seguinte, Like It Tends To Do, que escurece gradualmente até culminar num final abrupto.

Um dos pontos altos é, sem dúvida, All Falls Down, que assemelha o estilo de Laufey. Através de um instrumental animado são discutidos temas como a ansiedade e o envelhecer. É uma das mais experimentais e utiliza uma espécie de trocadilhos musicais. Ao relatar a sensação de um ataque de pânico, o som enche-se de instrumentos, replicando a ansiedade que está a ser descrita.

Drunk, Running é possívelmente a melhor música, liricamente, de todo o projeto. O alcoolismo está presente em várias canções do disco, mas principalmente nesta. A cantora compara a sua relação com o namorado com a relação dele com o álcool. Tal como ele não consegue abandonar o álcool, ela não consegue abandonar-lo. Por mais que McAlpine queira que o seu parceiro melhore, ela tem consciência que algumas das suas ações passadas abriram caminho para esse abuso de substâncias, e deseja poder voltar ao passado e retificar todos os seus erros. Para além de uma análise do comportamento do namorado, a cantora também crítica a sua própria reação ao comportamento, e exprime a vontade de conseguir alcançar o amor na sua forma mais pura.

Em Broken Glass ouve-se o retorno da grandiosidade pela qual temas como Ceilings são conhecidos, mantendo bons alicerces líricos que apoiam a música. A faixa que dá nome ao álbum, Older, faz com que o ouvinte comece a torcer pelo término de uma relação claramente tóxica e perigosa para ambas as partes. Na antepenúltima canção, Better Than This, a cantora confronta os seus próprios erros na relação, que em conjunto com os erros do seu ex-namorado levaram-na ao seu fim.

Neste projeto as músicas que se destacam são Come Down Soon, All Falls Down, Drunk, Running e Broken Glass. Com apenas 24 anos, Lizzy McAlpine promete bastante potencial, já com uma lista enorme de grandes canções de sua autoria. Infelizmente, numa primeira audição, Older não é tão impactante quanto o seu projeto anterior, mas aparenta tornar-se cada vez mais agradável apôs cada audição.