O ritmo das composições foi variado e capaz de fazer o público experienciar diferentes sensações.
A Orquestra XXI visitou o Theatro Circo, em Braga, no último fim de semana. A performance do grupo destacou o talento de cada instrumentista a partir de uma boa seleção de composições e, assim, deslumbrou o público presente na sala principal.
Com um reportório de melodias diferentes, o programa centrou-se em três grandes músicas. A primeira, “Elongation of Nights” foi a melhor maneira de dar início ao espetáculo. Ao evocar um cenário místico de expansão da noite ilustrado sonoramente com um volume a crescer em progressivo, os ecos de cada instrumentista harmonizaram a peça composta por quintas derivadas da afinação natural das cordas. Foi assim que a canção de Justé Janulyte acalmou a plateia, antes agitada, com o seu ritmo manso e tons mais prolongados na forma de um cânone.
A segunda peça, muito conhecida popularmente, apresentou 3 movimentos: Allegro aperto, Adagio e Rondo: Tempo di Menuetto, respetivamente. Dessa maneira, o Concerto para violino e orquestra nº5 em Lá maior (K.219), de Mozart, destacou uma melodia mais forte e veloz, que cativou a atenção do público.
O solo da violinista polaca Maria Wloszczowska deu vida à composição a partir dos primeiros momentos de prelúdio, com a sua entrada delicada no primeiro movimento. Mesmo no Adagio e no Rondo, a instrumentista foi capaz de demonstrar as suas habilidades e a sua perfeita afinação juntamente com os demais elementos da orquestra.
A composição final, Sinfonia nº2 em Dó maior (Op.61), de Schumann, fechou o concerto com chave de ouro. Também integrada por 3 diferentes movimentos, o ritmo introduziu-se de forma solene com o naipe de trompas. Em seguida, prosseguiu com melodias que demonstraram a natureza cíclica da peça, tanto através da repetição de padrões de andamento rápido, quanto a partir de um molde de sonata clássica.
O movimento de conclusão da Sinfonia destacou a oposição de métricas ternárias e binárias com uma textura orquestral muito mais dinâmica. Com a peça digna de fim de espetáculo, a Orquestra XXI foi ovacionada em pé pela plateia, que ocupou praticamente todos os assentos do Theatro Circo e demonstrou a sua imensa satisfação pelo trabalho e pela arte do grupo visitante.