Os Festivais Gil Vicente regressam à cidade berço entre 6 e 15 de junho com espetáculos que refletem realidades políticas e poéticas, acompanhadas de “uma beleza estética”, que procuram questionar a existência humana. Os criadores das apresentações são Marco Mendonça, Sara Inês Gigante (vencedora da Bolsa Amélia Rey Colaço), Bruno dos Reis, Mickaël de Oliveira (Teatro Oficina), Keli Freitas (vencedora do Projeto Casa) e Mário Coelho.

A performance de estreia é “BlackFace”, de Marco Mendonça, a 6 de junho, no maior palco do Centro Cultura Vila Flor (CCVF), que cria reflexões sobre o racismo português através de uma prática teatral racista. O espetáculo navega entre os mundos do “stand up e a fantasia, entre a sátira e o teatro físico, entre o burlesco e o documental”. O dia seguinte é estrelado por Sara Inês Gigante com a peça “popular”, uma autoficção que explora “os padrões do panorama cultural e do universo popular” numa simbiose entre os dois.

A 8 de junho, Bruno dos Reis apresenta a sua obra, interpretada por Dick Steeves, João Tarrafa, Nuno dos Reis e Teresa Queirós, “Vi o Ayrton Senna morrer nos olhos do meu irmão”. A peça segue o piloto de fórmula 1, Ayrton Senna, através dos olhos de uma criança, com momentos musicais ao vivo do Quarteto de Orquestra Filarmonia das Beiras. A segunda vaga de espetáculos começa com “Ensaio Técnico”, uma criação de Mickaël de Oliveira, que propõe uma ficção narrada em torno de um grupo de jovens atores e performers que começam um projeto ambicioso com o mote de uma “performance continua e aberta”.

O projeto vencedor da 2ª edição do Projeto Casa, “Volta Para a Tua Terra”, da autoria de Keli Freitas, brasileira residente em Portugal, marca espaço no festival. O projeto procura desafiar as ideias de imigração e pertença. O espetáculo que encerra a edição é uma produção de Mário Coelho, “I’m Still Excited!” que retrata o “fim de uma relação entre duas pessoas, num cenário de festa, que é também um cenário de teatro”. A peça ganha vida com Anabela Ribeiro, Mário Coelho, Rita Rocha Silva e Pedro Baptista.

O Teatro Oficina oferece ainda oportunidades de frequentar as Oficinas de Criação “Escrever a diferença, escreve-(se)”, que procuram a escrita e atuação de um espetáculo. Os criadores do evento também vão visitar escolas do ensino secundário em Guimarães. Os alunos finalistas da licenciatura de Teatro na Universidade do Minho vão apresentar os seus projetos no Teatro Jordão entre 2 e 5 de junho com o título “Criações em Curso”, que antecedem os Festivais Gil Vicente.