Adobe Photoshop, Adobe Premiere Pro, Adobe After Effects, Adobe Audition. Estes são alguns dos grandes programas de audiovisual e multimédia, desenvolvidos pela Adobe. Fundada nos anos 80, a empresa rapidamente de destacou no mercado sendo que na primeira década de existência desenvolveu três produtos bastante aclamados: o PostScript, o Illustrator e o Photoshop. O último mencionado tornar-se-ia um dos seus principais produtos e até o mais reconhecido. Quão reconhecido? Ao ponto de, hoje em dia, não dizermos que “aquela pessoa alterou/manipulou aquela imagem”, mas sim “aquela pessoa fez Photoshop naquela imagem”.

O sucesso destes produtos, contribuiu de uma grande forma para o crescimento da Adobe. Ao longo dos anos, conseguiram comprar outras empresas que viriam a ajudar no desenvolvimento de novas aplicações, tanto na área de trabalho criativo, como de outras áreas de trabalho. Mas com estas aquisições, surge duas grandes questões: “que competição terá a Adobe no mercado em que se insere?”  e “que problemas surgem com a falta de competição?”.

Relativamente à primeira questão: em papel, ao longo dos anos têm surgido programas que servem de alternativa a aplicações como o Photoshop e o Premiere Pro, tais como o Affinity e o Sony Vegas. Mas não passa disso mesmo: uma alternativa. Na prática, estes programas, frente a frente com os seus homólogos da Adobe, não são tão completos, o que leva aos consumidores optarem pela empresa pioneira.

Com esta falta de competição séria, a Adobe encontra-se numa posição onde monopolizou completamente o mercado criativo. Apercebendo-se desta posição, a empresa tomou decisões que viriam afetar a vida daqueles que usam os seus programas, em prol do lucro.

Exemplo disto é a criação do Adobe Creative Cloud, serviço que surgiu em 2011. A Adobe decidiu que os consumidores não iriam mais comprar uma licença do programa que desejavam utilizar, mas passariam a pagar uma subscrição mensal/anual para aceder à suite de programas que pretendem usar.

Este modelo de “aquisição” de programas afetou de grande forma as pessoas que trabalham de forma independente, sendo que para utilizarem os programas que em 2011 já eram os programas padrão no mercado, teriam de passar a pagar altos valores mensalmente para utilizar estes programas, tornando-se altamente dispendioso para estas pessoas que recebem mediante o trabalho que produzem, tendo assim um “salário” variável ao fim do mês.

Com grandes empresas a conseguirem pagar o Adobe Creative Cloud, aumentando o lucro da Adobe, o futuro deste mercado parece ainda longe de mudar. Mesmo com o surgimento de programas como o DaVinci Resolve e a existência de alternativas gratuitas, como o GIMP, vai ser preciso muita luta para derrubar a Adobe do trono ou até mesmo para alterar a forma de acesso aos seus programas, que tem vindo a revelar-se muito lucrativo para a empresa norte-americana.