O pop grego vê agora nascer um novo nome – Marina Satti. A cantora ateniense apresenta o seu mais recente EP: P.O.P. A mistura de diferentes géneros é a essência do projeto.

Peggy Theodorogianni

Marina Satti é o novo, promissor, nome da música grega. Com uma carreira musical desde 2017, “Mantissa”, “PALI” e “SPIRTO KE VENZINI” foram alguns dos temas que fizeram a sua popularidade crescer na Grécia. Contudo, foi no Festival Eurovisão da Canção 2024 que a cantora se evidenciou aos olhos da Europa. Define a sua música como uma mescla de sons tradicionais Gregos, Árabes e Balcãs com elementos urbanos e eletrônicos.

“TUCUTUM” inicia o EP. Um sonante instrumento tradicional grego soa e entra pelos ouvidos. Uma batida, parecida a reggaeton, é escutada também. A faixa aborda os comentários críticos sobre o trabalho de Marina. A cantora rebate as críticas na sua língua natal: “Vocês vão me ouvir agora”. É impossível ouvir as sonoridades de Marina Satti e não pensar rapidamente em Rosalía. A grande desordem e confusão de sons tradicionais com sons modernos e computadorizados está 100% presente. A inspiração na cantora catalã é notável em toda a sua discografia.

Rapidamente chega “ZARI”. O grande sucesso da cantora, levado à Eurovisão, já conta com mais de 19 milhões de streams e entrada no Top Viral Global. É um tema que explora a dor, a mudança e o “deixar ir”.  O refrão “E deixa acontecer o que acontecer” sugere uma entrega ao destino, aceitando que algumas coisas estão fora do nosso controle. Uma batida de reggaeton envolve o refrão da música. A mistura com elementos tradicionais gregos está, também, presente. No videoclipe, Satti apresenta diversos pontos turísticos de Atenas como se de uma guia turística se tratasse.

“LALALALA” é uma faixa onde a alegria não falta. O videoclipe, filmado num parque de diversões, é bastante colorido e energético. O refrão não engana: “Lalala, a alegria sopra como uma brisa de maio”. Apesar do seu tom extremamente pop, as influências gregas estão sempre lá. É uma faixa viciante.

Apesar dos 10 minutos e meio de “MIXTAPE”, a faixa é uma das mais aclamadas do projeto. Passeando por diversos estilos, Marina rebate as críticas duras que recebeu quando lançou “ZARI”. Grande parte da imprensa grega não aceitava que a canção fosse a submissão ao festival europeu, dizendo que em nada representava o país. Satti acaba por responder aos comentários com música, sempre. “Parece que ganhamos o ja-ja-jackpot” afirma a cantora numa clara referência ao patrocinador grego do Eurofestival, ficando implícita a falta de orçamento que tinham em Malmö.

Marina Satti afirma-se como uma nova artista alternativa. Se antes pouca gente a conhecia, com o novo projeto é mais que certo que o mundo está bem apresentado ao seu trabalho. A cantora afirmou nas redes que está eufórica com a ideia de música cantada em grego estar a chegar tão longe.