Parachute, lançado a 11 de março de 2023, é o primeiro filme dirigido pela atriz Brittany Snow. Uma história sobre dois personagens, Riley e Ethan, que tentam encontrar o amor um no outro antes de se conseguirem amar a si mesmos.

Riley é uma rapariga que luta com problemas tais como distúrbios alimentares e dismorfia corporal. Assim sendo, foi enviada para uma instalação de ajuda psicológica para tratar destes e outros problemas. No dia em que Riley sai da instituição conhece Ethan, um rapaz que lhe despertou interesse desde o início.

Riley sabia que este amor era proibido:  o seu programa de melhoria não permitia namorar no primeiro ano em que estaria livre. Desta maneira, acaba por se criar uma grande relação platónica, porém sempre com desejo para algo mais. Ambos os personagens navegam numa viagem bonita e, consequentemente, numa luta interior.

Parachute é memorável devido às atuações brilhantes que nele existem, principalmente por parte da estrela principal, Courtney Eaton (Riley). A complexidade da personagem e dos obstáculos que enfrenta são extremamente bem conseguidos por parte da atriz. Eaton consegue trazer um certo realismo à personagens com à sua performance. A artista consegue capturar a empatia do público e tornar a jornada de Riley especial para todos, sobretudo para aqueles que vêem o reflexo de si na protagonista.

O facto de ser um filme independente e a primeira experiência da atriz Britanny Snow como diretora torna esta obra ainda mais intrigante. Devido ao seu talento e à maneira como surpreendeu o público, Snow atingiu um nível de escrita tão cru e real do que acontece na vida destas pessoas. A forma como é utilizada a codependência retrata a facilidade em ter alguém que nos faça esquecer dos nossos próprios problemas, invés de percebermos que eles existem e têm que ser tratados.

Não é apenas o diálogo incrivelmente realista que deve ser destacado. O filme também é contado visualmente, não só pelas performances de tirar o fôlego, mas também pelas cores e som, que refletem as emoções demonstradas pelas personagens e que são, consequentemente, refletidas na audiência. Tal provoca um efeito positivo na experiência do espectador, para além de enriquecer o roteiro. A abordagem de Brittany Snow ao aborda tópicos sensíveis, evitando o melodrama e navegando profundamente nas complexidades do vício e das relações humanas.

A longa-metragem permite-nos crescer e aprender com os personagens e os seus erros. O desenvolvimento de Riley e de Ethan, tanto como casal como personagens individuais, aquece o coração de todos, mesmo depois de tanta turbulência. Não foi preciso mostrar muito acerca da fase “boa” da vida dos personagens após todos os progressos. O bocadinho mostrado foi capaz de captar a essência do filme e o final agridoce.

Em geral, Parachute é uma história despedaçadora que atrai o lado emotivo de cada um, independentemente se nos identificamos com as personagens ou não. É formidavelmente bom, mesmo sendo a primeira tentativa de Snow num mundo por detrás dos ecrãs e das câmeras, desta vez como escritora e diretora. A escolha do cast foi impecável, retratando detalhadamente os sentimentos pretendidos.