Em maio deste ano, foi anunciado que a Disney e a Warner iriam juntar os seus respetivos serviços de streamingDisney+, Hulu e Max (anteriormente HBO Max) – para competir contra a Netflix, com previsão para começar já neste verão nos Estados Unidos. Demonstra-se, assim, a crise iminente que se forma dentro deste setor de entretenimento.

Ao vermos o mercado, percebemos que há uma saturação de serviços de streaming. Surgem outros problemas como a subida de preços e novos planos “mais baratos” que incluem anúncios, previamente criticado por ir contra o sentido original de pagar um plano de subscrição. O consumidor comum não tem condições para pagar todos os diferentes tipos de streaming disponíveis e estas empresas começam a entender este facto.

No entanto, apesar da Netflix ser a maior prestadora deste serviço encontra-se também num momento crítico, devido a escolher quantidade em vez de qualidade. Inúmeras séries ficam sem saber se terão mais que uma temporada, pois na sua semana de estreia terão várias outras para competir pela audiência. Percebemos que se foca nas suas maiores estreias, não promovendo as restantes. Sem falar que foi a primeira a implantar regras contra o compartilhamento de passes, que anteriormente incentivava.

Ao falarmos de streaming, temos de entender como as coisas podem simplesmente desparecer do catálogo. Como no caso da Max que após se juntar inicialmente ao Discovery+, tomou a decisão de tirar algumas das suas próprias produções de pouco sucesso do sistema, para fingir, de certa forma, que não tinham acontecido. Estas escolhas pouco éticas que surgem face aos seus problemas, cansam os consumidores e criam uma discórdia e rancor para com estas empresas. Além disso, criar um serviço de streaming por quase cada canal existente na televisão, é completamente irrealista de ter algum tipo de sucesso a longo prazo.

O público também se encontra cansado de grandes tempos de espera entre as temporadas de poucos episódios e de cancelamentos de séries sem grandes explicações. Algo que não acontecia anteriormente na televisão, onde temporadas tinham cerca de 22 episódios e era lançadas anualmente. Atualmente, temos o caso de Euphoria e Stranger Things, da Max e Netflix, respetivamente, que vão ter uma diferença de mais de três anos entre o lançamento da última temporada e da próxima. No entanto, para estas terem estes grandes intervalos outras séries sofrem cortes e cancelamentos.

Após a declinação da televisão clássica, aparece esta pressão de conseguir subscritores dos mais variados serviços de streaming para conseguir sobreviver dentro do mercado. Por esta razão, irá tornar-se mais comum a junção entre vários destes serviços para conseguirem juntar forças para competir entre si. É vista como a única solução viável de unificar os subscritores espalhados entre os serviços. E, não seria uma surpresa se a próxima junção fosse a Apple Tv com a Amazon Prime Video.

De certa maneira, guia-nos para uma nova versão de “televisão a cabo”, pouco a pouco. Mas com regras completamente novas e sem um esquema planeado para tentar fazer cada série suceder com a audiência, apenas com uma vontade de criar um catálogo mais vasto, mas nem sempre com a melhor qualidade. Todavia, o streaming terá de perceber as necessidades do seu público e combater aos problemas com soluções que não ataquem a sua integridade nem a dos consumidores.