A banda Cigarettes After Sex lançou o seu novo álbum X’s no dia 20 de julho. Composto por dez faixas que somam cerca de 50 minutos, o álbum traz a característica sonoridade dream pop da banda americana. Continuam a explorar temas de amor e perda com letras introspetivas e uma sonoridade melancólica. No entanto, surge a pergunta: até quando é que essa fórmula será suficiente?

Expresso

O álbum começa de forma promissora com “X’s”, que dá nome ao disco, mas à medida que se avança pelas faixas, a uniformidade torna-se desgastante. A sonoridade celestial e a voz suave do vocalista Greg Gonzalez acabam por parecer repetitivas e previsíveis.

As letras, que parecem ser o foco deste projeto, falham em atingir a profundidade esperada, soando muitas vezes clichês e juvenis, como em “Hot”: “Is it all in my head? / ‘Cause I keep getting scared / That I’ll always be lost forever”. Gonzalez afirmou a necessidade de escrever o álbum para processar o término de uma relação, mas essa necessidade não se traduz nas letras. Há momentos em que parece que a banda não evoluiu nos últimos anos, reciclando temas e sons que poderiam estar em qualquer um dos seus álbuns anteriores.

Apesar de alguns momentos individuais de brilho, como em “Baby Blue Movie”, onde se destaca o refrão cativante, o álbum não consegue manter o interesse do ouvinte do início ao fim. É fácil compreender por que músicas isoladas podem destacar-se em plataformas como o TikTok, mas quando se tenta consumir X’s como um trabalho completo, a experiência torna-se monótona.

Para os maiores fãs de Cigarettes After Sex, o projeto provavelmente será uma continuação bem-vinda de um som de que gostam. No entanto, para os restantes ouvintes, o álbum pode ser dececionante e cansativo. Mesmo assim, há alguns pontos altos: as músicas “Tejano Blue”, “Holding You, Holding Me” e “Baby Blue Movie” são sem dúvida as faixas mais interessantes. No entanto, a qualidade dessas faixas não é suficiente para salvar o álbum da sua própria repetitividade.

X’s é um álbum que mantém a essência melancólica e intimista da banda, mas carece de inovação e profundidade. Enquanto a familiaridade pode ser reconfortante para alguns, a ausência de crescimento e a repetição exaustiva tornam difícil dar uma avaliação positiva. A sonoridade do álbum é agradável, mas falta o dinamismo necessário para manter o ouvinte interessado durante 50 minutos.