Este mês, o universo cinemático da Marvel (MCU) voltou aos cinemas com um dos melhores filmes da recente fase com a terceira parte de Deadpool. Desde o último filme há seis anos, a Disney comprou a 20th Century Fox, adquirindo assim os direitos para as personagens dos X-Men, sendo o Deadpool uma delas. Com uma nova gerência, havia preocupações que a “magia” destes filmes desaparecesse devido às políticas da Disney. No entanto, com a produção do próprio Ryan Reynolds e realização de Shawn Levy, as piadas inapropriadas e linguagem R continuam com potência máxima.
Depois de dois filmes onde Deadpool obsessa pelo Wolverine, este duo era certamente muito esperado e não desapontou. Com aspetos em comum, como o poder de auto-cura e os traumas e problemas de abuso de substâncias, são as suas diferenças que acabam por impulsionar o filme. A interação de duas personagens com personalidades completamente diferentes adiciona uma dinâmica, que apesar das dificuldades, é hilariante e sensacional. Estes complementam-se, enquanto um não para de falar, o outro é calado e responde com grunhidos.
Com a oportunidade oferecida pela Disney, este filme usa o multiverso para fazer o chamado “fan service”, ou seja, dar aos fãs as referências e cameos para estes possam aplaudir e celebrar o retorno de uma personagem e ator. O filme com certeza não tem medo de as usar, pois a longa está repleta de referências a tudo – cultura pop e comics Marvel. Este aspeto é alvo de grandes críticas pelo público, no entanto, o filme não se apoia somente nesses momentos. Pelo contrário, é criada uma história sólida e engraçada que justifica o aparecimento das personagens. O roteiro também ajuda a solidificar o filme com as quebras da quarta barreira, as piadas inteligentes de Reynolds e os momentos mais sérios e sinceros que nos ajudam a entender e conectar com as personagens.
A grande estrela do filme é certamente Ryan Reynolds. Esta personagem não seria tão icónica e incrível se não fosse ele no papel. Reynolds faz a personagem identificável, embora exagerado, com a sua obsessão com os heróis, seja esta sexual ou fanática. O humor autodepreciativo e autoconsciente é o que apela esta personagem aos fãs, tornando o Deadpool o favorito de muitos. Até nas cenas de luta conseguimos sentir a personalidade da personagem, parte graças também ao coreógrafo e aos duplos.
Com este filme, a Marvel recuperou algum do estrelato, que com os projetos lançados nos últimos anos, tem vindo a desaparecer cada vez mais. Com a estrela que é Ryan Reynolds e o regresso de Hugh Jackman, este filme estava destinado a ser uma experiência divertida. Podendo esta ser a última aventura dos heróis recomenda-se uma ida ao cinema para a experienciar, podendo até receber-se um balde de pipocas temático e um poster do filme.
Título Original: Deadpool & Wolverine
Realização: Shawn Levy
Argumento: Rhett Reese, Paul Wernick, Ryan Reynolds, Zeb Wells e Shawn Levy
Elenco: Ryan Reynolds, Hugh Jackman, Emma Corrin, Matthew Macfadyen
2024




