Foram colocados 85,7% dos 58.301 candidatos, uma subida de 1,7 pontos percentuais face ao ano anterior.

Os resultados da 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior para o ano letivo 2024/2025 foram divulgados este domingo. Concorreram 58.301 candidatos – menos 1,3% do que no ano anterior – e ingressaram no Ensino Superior 49.963 novos estudantes. A taxa de colocação aumentou de 81% para 85,7%, o que, segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, “demonstra um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições”.

O curso de Medicina voltou a atingir números inéditos, reunindo um total de 1.661 novos alunos que ocuparam todas as vagas disponíveis. Engenharia Aerospacial continua a ser o curso com a média do último classificado mais alta, mas Matemática Aplicada à Economia e à Gestão aparece como o novo curso do top três.

Com base na nota divulgada pelo Ministério, dos quase 50 mil novos estudantes, 56% entraram na primeira a opção e 88% numa das primeiras três, sendo, assim, as taxas mais elevadas dos últimos anos. Para a segunda fase sobraram 4.996 vagas, menos 216 do que no passado ano letivo.

O curso de Educação Básica voltou a registar uma subida no número de colocados (8%) e uma ocupação de 100% das vagas disponibilizadas. Uma subida necessária devido à falta de professores no mercado de trabalho. O Ministério avançou que, “nos últimos três anos, o número de colocados em licenciaturas em Educação Básica aumentou 56,3%”, “o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”, conclui.

A Universidade do Minho preencheu 99,1% das vagas disponíveis, alcançando o melhor resultado de sempre no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior e contando, assim, com mais 10 estudantes do que no ano letivo anterior. Os cursos com a média do último classificado mais alta foram Engenharia Aerospacial (191,4) – segunda mais alta a nível nacional – Medicina (183,8) e Arquitetura (179,0).

 

Descida das colocações em instituições do interior

Registou-se uma diminuição superficial no número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica. Entraram 12.868 estudantes, menos 2% do que no ano anterior. As descidas sentiram-se, principalmente, no Politécnico de Bragança, que este ano registou uma quebra de 14% no total de novos alunos colocados, e no da Guarda, tal como na Universidade de Évora. Dos 30 cursos sem colocados, quase um terço pertence ao Instituto Politécnico de Bragança.

Ainda assim, várias instituições do interior ganharam alunos. São estas, as Universidades dos Açores, Algarve, Beira Interior e Madeira e os Politécnicos de Beja, Portalegre, Viana do Castelo e Viseu.

 

Aumenta o número de estudantes a entrar nos cursos apoiados pelo PRR

Este ano anotou-se um decréscimo de 19% na colocação de estudantes nos cursos mais competitivos, sendo estes os que no ano passado tiveram maior número de candidatos em 1ª opção com uma nota igual ou superior a 17 valores. Contrariamente, o número de estudantes a entrar nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) aumentou 5,5%, resultando num preenchimento de 90,2% das vagas. Este plano vai “reforçar a formação superior inicial e o aumento do número de graduados” em áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemáticas (STEAM). O número de colocados em áreas de competências digitais também subiu para 7.735, mais 500 do que no ano letivo anterior.

 

O ministério afirma, na nota divulgada à comunicação social, que para assegurar “melhores condições” no início de ano letivo para os estudantes carenciados, “são antecipadas para a fase de colocações as decisões dos requerimentos de bolsas de estudo” submetidos pelos estudantes colocados na 1ª fase que beneficiem de abono de família até ao 3º escalão, que será decidida e notificada de imediato.

“Em seguida serão decididas e notificadas as relativas à atribuição das bolsas +Superior, que visam apoiar a frequência do ensino superior e contribuir para a fixação de jovens em regiões do país com menor pressão demográfica”, continua. O Governo realça, também, ter aprovado para este ano letivo “um reforço dos apoios sociais, tendo em vista alargar e diversificar cada vez mais o potencial de candidatos a formações superiores e adequar e reforçar os apoios financeiros à real situação socioeconómica dos estudantes”. Este reforço tem, como principal objetivo, reduzir o abandono no Ensino Superior, “em particular quanto a trabalhadores-estudantes e a estudantes deslocados, mediante o reforço de beneficiários de complemento de alojamento”.

 

Os 49.963 estudantes colocados na 1ª fase devem matricular-se entres os dias 26 e 29 de agosto. Aqueles que se quiserem candidatar à 2ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, devem fazê-lo entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro.