Foi nesta noite de domingo (29) que o Coliseu dos Recreios recebeu a 28ª Gala dos Globos de Ouro. Apresentada por Clara de Sousa, a noite foi repleta de elegância e prestígio.
A cerimónia começou com um arrojado número de dança inspirado na estética do velho Hollywood, introduzindo os galardões da área do Cinema. Pela terceira vez, Albano Jerónimo venceu a categoria de Melhor Ator. Anabela Moreira foi considerada a Melhor Atriz pelo seu trabalho em A Semente do Mal e Mal Viver/Viver Mal, este último também premiado como Melhor Filme. Dirigido por João Canijo, o cineasta subiu ao palco para um discurso emocionante, juntamente com algumas das protagonistas.
No Entretenimento, Manuel Luís Goucha ganha, após três nomeações, o seu primeiro Globo de Ouro. Num discurso dedicado à falecida mãe, Goucha fez um dos mais bonitos discursos da noite. No Digital, Guilherme Geirinhas ganhou também um prémio, depois do sucesso de Bom Partido, rúbrica onde conversava com personalidades políticas.
Rabo de Peixe foi eleito como o Melhor Projeto de Ficção. Ainda nesta área, Afonso Pimentel levou o Globo de Melhor Ator de Ficção por séries como Matilha e Rabo de Peixe. Por fim, Margarida Vila-Nova recebeu o galardão de Melhor Atriz. No seu discurso, agradeceu a todas as mulheres que inspiraram a personagem que interpretou.
Na Música, Carminho recebeu o Globo de Melhor Atuação pela sua performance no Coliseu dos Recreios. Ana Lua Caiano teve a sua canção Deixem o Morto Morrer eleita como a Melhor Canção. Esta conquista consolida o importante ano de ascensão para a recém-artista. Salvador Sobral, ainda que ausente, recebeu o desejado galardão de Melhor Intérprete.
Na única categoria votada pelo público, os portugueses elegeram Cândido Costa como Revelação. Depois do destaque em programas como Taskmaster (RTP1), o ex-futebolista derrotou nomes como Ana Lua Caiano, Jüra, Rui Pedro Silva e António Castro.
Na quinta arte, De Passagem, de Luísa Costa Gomes, venceu como Melhor Peça de Teatro. João Vicente ganhou o prémio de Melhor Ator de Teatro, momento antes de subir ao palco e lançar um recado a Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sobre o estado da Cultura. Sem estar presente na gala, Marina Mota foi eleita a Melhor Atriz de Teatro.
Repetindo o que tem feito nos últimos anos, a organização elegeu Ricardo Araújo Pereira como Personalidade de Humor. No seu discurso comentou, de forma irónica, a forma como o humor é, tantas vezes, posto em causa.
José Manuel Gonçalves e Manuel Alves foram o grande destaque na Moda, dupla que tem vindo a traçar tendências na indústria portuguesa. Manuel Alves, que partiu em maio, foi aplaudido de forma sentida durante o discurso do seu par.
Mas não só de clássicas categorias se fez a gala. O Globo Internacional, prémio nunca antes atribuído, foi dado ao Festival de Cinema de Tribeca. O evento é, pela primeira vez, realizado em Lisboa em outubro, com o apoio da SIC.
O honroso Globo de Mérito e Excelência foi entregue a Paulo de Carvalho. Num gesto de tributo aos 50 anos do 25 de Abril, o artista foi o grande homenageado, não só pela sua participação no movimento revolucionário, mas também por todo o seu contributo na arte e música de Portugal.
Além dos prémios, foram também várias as atuações que animaram a noite. Desde a nostalgia de Pedro Abrunhosa, a sensualidade de Ana Moura e à diversão das Las Ketchup, houve espaço para as respeitosas homenagens a Marco Paulo e Sara Tavares. A gala contou também com o habitual espaço de homenagem às personalidades portuguesas que nos abandonaram durante o ano de 2024.
O humor ficou a cargo das Três da Manhã, trio que anima as manhãs da Renascença e que tem vindo a ganhar grande notoriedade. Recorrendo a um humor inteligente e pouco brejeiro, o grupo arrancou gargalhadas da plateia e dos espectadores.
Numa noite com muito brilho e glamour, a XXVIII Gala dos Globos de Ouro SIC foi espaço de reconhecimento do talento de muitos sem se tornar monótona, mas bastante leve e divertida.