Se escolhemos uma playlist para cada momento da nossa vida, o outono não deve ser uma exceção. O ComUM decidiu reunir músicas e álbuns que transmitem a energia da estação, para não perder um segundo da vibe outonal.

“we fell in love in october”,  girl in red – Quando os primeiros segundos desta canção começam a tocar, é sinal que chegou a altura de voltar a usar camisas de flanela e gorros de lã. Não há como escapar: assim que outubro chega, os internautas partilham “we fell in love in october” nos seus perfis onlines. A canção indie, lançada em 2018, é o maior êxito de girl in red até ao momento. Fala de um amor entre duas raparigas que floresceu sob as estrelas de outubro, em contraste com as folhas secas a cair. Por causa desse mesmo amor, a cantora adora a estação outonal. A letra simples retrata de forma genuína um romance adolescente. A sonoridade deste single transmite leveza, como a que se sente ao bebericar algo quente num dia ameno de outono.

“Sweater Weather”, The Neighbourhood – A atmosfera romântica e aconchegante de Sweater Weather é a forma perfeita de entrar no clima outonal. O tom suave da voz de Jesse Rutherford, vocalista da banda The Neighbourhood, acaricia o ouvinte nesta faixa indie rock/alternativa. Lançada em 2013, a canção relata o calor de um amor profundo e íntimo capaz de nos aquecer como uma camisola de lã, enquanto chove lá fora. Permanecendo o maior hit da banda, com biliões de reproduções nas plataformas de streaming, Sweater Weather continua a apaixonar os seus ouvintes sempre que o céu fica cinzento.

“Roslyn”, Bon Iver e St. Vicent O outono está quase a tornar-se a personagem principal destes próximos meses, e, com ele, a canção “Roslyn” encontra o seu caminho para as playlists decoradas com emojis de folhas acastanhadas. Sendo parte da banda sonora do célebre filme Twilight: New Moon, o dueto de Bon Iver e de St. Vicent combina diferentes sons de guitarra acústica e intensas harmonias que nos trazem uma sensação de conforto tão necessário a esta estação um pouco melancólica e misteriosa. É, sem dúvida, uma balada profunda que retrata temas como a vulnerabilidade humana e a inevitabilidade da mudança, tornando-se no perfeito mote para um momento de introspeção acompanhado da nossa bebida quente favorita. Revela-se numa canção obrigatória para entrar no espírito outonal.

“Somewhere Only We Know”, KeaneLançado em 2004, é um tema intemporal da banda inglesa Keane. A letra e melodia fazem-nos refletir sobre mudanças e sobre a busca por um lugar seguro. Através da sua atmosfera introspetiva, evoca sentimentos de melancolia, transição e nostalgia, sentindo-se profundamente o outono, que simboliza o fim de um ciclo, semelhante à reflexão representada na canção. Enquanto se dá a despedida do verão, dizemos adeus a memórias, mas encontramos conforto nas mesmas. 

“About You”, The 1975 – O outono está aí e com ele entra a época perfeita para se ouvir a música “About You” dos The 1975. Esta música remete nos para os dias cinzentos e curtos da estação, fazendo-nos lembrar daquele amor que não deu certo mas que, por algum motivo, não conseguimos nem queremos esquecer, tal como o verso “Do you think I have forgotten, about you?” diz.  Nada sabe mais a outono do que ouvir esta bela música, enquanto observamos as folhas a cair. Apesar de melancólica, “About You”  é capaz de nos trazer aquele conforto necessário nestes dias mais tristes, enquanto observamos as folhas a cair.

“All Too Well”, Taylor Swift – pertencente ao álbum Red, a música “All Too Well” apresenta diversas versões lançadas pela cantora. Para além da versão de 10 minutos, que inclusive apresenta uma curta-metragem onde o outono aparece como cenário, Taylor Swift decidiu também criar a Sad Girl Autumn Version (versão outono da miúda triste), também com a duração 10 minutos. A versão foi lançada para mostrar ainda mais o tom outonal da música. A melodia e os próprios videoclipes tornam a música perfeita para esta estação, para ouvir no carro, na rua ou até mesmo em casa.

“Autumn in New York”, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong – composta por Vernon Duke em 1934, é uma peça atemporal do jazz que capta a melancolia e a beleza do outono na cidade de Nova Iorque. Embora tenha sido interpretada por artistas lendários como Billie Holiday e Frank Sinatra, é a versão de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, lançada em 1956, que mais se destaca. A interpretação de Ella e Louis reflete a dualidade da estação, através da mistura de nostalgia e serenidade. A melodia evoca o cair das folhas e a atmosfera fria da cidade, enquanto as vozes quentes criam um contraste reconfortante.

“evermore”, Taylor Swift

Lançado em 2020, o disco evermore de Taylor Swift, apelidado pela cantora como irmã do seu álbum anterior folklore, tem profundas ligações à estética outonal e às emoções vividas na estação. A sua sonoridade e letras revelam um carácter intimista e melancólico, que lembram o espírito particular desta época do ano. Cada faixa do disco está recheada de elementos poéticos que remetem à reflexão de temas como a passagem do tempo, a perda e a nostalgia. Tal como as folhas passam por fases de transição, ao mudar de cor, também as emoções e relações pessoais cantadas por Swift passam por ciclos de mudança. A capa do álbum, com a artista de costas, a usar um casaco de lã num campo rodeado de árvores nuas, reforça também a sensação de isolamento e reflexão típica do outono.

“Bewitched”, Laufey

Com a melancolia e calma típicas do outono, o jazz não poderia ser melhor escolha para se ouvir na estação. Laufey é uma das melhores artistas contemporâneas do gênero, e Bewitched é prova disso. Vencedor de um Grammy, o disco conta com 14 hipnotizantes faixas sobre a magia do amor, a vulnerabilidade e a autodescoberta. A artista contrasta reflexões profundas com melodias e harmonias suaves. É a banda-sonora ideal para o cenário típico outonal: o toque vintage característico do estilo de Laufey adiciona ainda mais intensidade ao cair das folhas.

“Stranger in the Alps”, Phoebe Bridgers 

Um albúm cheio de sons eloquentes da estação, Stranger in the Alps leva a nossa mente a viajar pelas ruas cheias de folhas de tons quentes. O disco lançado em 2017 mostra uma Phoebe Bridgers instrospectiva que se move pela beleza das suas letras. Não é a toa que o género indie se destaca durante o outuno, devido à possibilidade de transmistir as reflexões e sensações da época. Bridgers tira proveito deste facto e liberta a sua alma com calmas melodias enroladas em melancólia. Enquanto isso, o ouvinte poderá sentar-se na cama com um chocolate quente e sentir os tempos de chuva a voltar.

Artigo escrito por Carolina Sepúlveda, Eva Correia, Beatriz Aires, Carlota Gil Machado, Inês Antunes, Leonor Jesus, Ângela Eusébio, Clara Araújo, Filipa Correia, Miriam Ramirez