As exposições artísticas foram realizadas em conjunto e as atuações musicais foram dominadas pelo rock, indie e eletrónica.

Guimarães recebeu, no passado sábado, dia 5 de outubro, a terceira edição do Sonus Art Fest, organizado pela equipa da revista Sound. Tal como nas edições anteriores, o festival dividiu-se entre uma parte com exposições artísticas e pequenas atuações, a partir das 16:00 e com entrada livre, e os concertos dos cabeças de cartaz à noite.

Durante a tarde, a chuva obrigou a uma mudança de planos. As exposições e showcases musicais foram deslocados do Jardim da Fraterna para o edifício de pedra do Antigo Sequeiro, ao lado, num ambiente que se tornou ainda mais acolhedor e propício a uma maior proximidade com os artistas presentes.

Joana Rodrigues foi uma das fotógrafas convidadas a expor o seu trabalho. “A exposição coletiva é importante para perceber como as fotografias, de diferentes tamanhos, podem ocupar o espaço”, sublinhou. Algumas das imagens de Joana, pertencentes a uma coleção que explora a relação do ser humano com as suas variadas “casas”, foram disponibilizadas para compra.

Os visitantes puderam, também, levar consigo peças criadas pelas artistas Rita Melo, Sofia Morim e Joana de Carvalho. A primeira, licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, combina diversas técnicas nos seus desenhos, nos quais explora a fotografia, a tipografia e marcas da cultura portuguesa.

Sofia Morim, por sua vez, trouxe à exposição uma maior personalização dos seus produtos, através do projeto “cria o teu saco”. A artista, que começou por bordar roupa na pandemia, valoriza a sustentabilidade dos materiais que utiliza e a individualidade de cada cliente, sublinhando que todos os produtos que cria são únicos. Também ligada à arte do crochê, Joana de Carvalho expôs as suas peças de joalheria bordadas à mão.

Uma pintura de Joana de Carvalho pôde ser apreciada juntamente com as outras obras presentes na exposição artística. Temas como a nostalgia, a singularidade do corpo, da vida da mulher, a guerra e a saúde mental foram bastante destacados na exposição que conseguiu partilhar a relação entre a música e outras formas de arte.

Os showcases musicais no Antigo Sequeiro começaram às 17:00, contagiando de imediato o público presente junto do pequeno palco. Luís Contrário fez-se acompanhar de um pedal de loops para dar a conhecer a sua música eletrónica. De seguida, foi a vez da dupla de indie folk June Carousel, constituída pela alemã Meret Ester e a irlandesa Tricia Collins, se apresentar naquela que não foi a sua primeira visita a Portugal. Numa atmosfera suave e envolvente, as duas artistas tocaram músicas já lançadas tanto em conjunto como a solo e anteciparam o futuro EP “What Could Have Been”. A tarde terminou com aquela que foi considerada a maior revelação do dia: a banda Safari Zone, de Lisboa. Através de um ritmo eletrizante e da voz potente da vocalista Lua, a banda de indie rock soube conquistar o público.

O Sonus Art Fest continuou no Átrio das Salas de Bandas de Garagem do Teatro Jordão, a partir das 21:30. O recinto encheu-se para as atuações dos britânicos Children of the Pope, Blue Bendy e Maruja e dos portugueses Máquina, que têm agendada uma digressão pela Europa. Cada banda fez-se apresentar por diferentes estilos de rock, fazendo os fãs ir ao rubro com uma energia que o trabalho de luzes ajudou a transmitir ainda mais. Destacou-se a atuação de Maruja, a primeira e mais aguardada confirmação do festival.