A celebração deste dia visa fomentar a sensibilização sobre as doenças de foro psicológico e as suas consequências.
Esta quinta-feira, 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi assinalada, inicialmente, pela Federação Mundial da Saúde Mental (World Federation for Mental Health) em 1992, pela ideia do então Secretário-Geral, Richard Hunter. Teve, na sua origem, o objetivo de combater os estigmas, o preconceito e o conhecimento alargado do tema complexo que é a saúde mental de cada um.
Esta temática acompanha-nos durante todo o percurso de vida, seja pelos melhores ou piores motivos. Apesar de só se ter começado a dar a devida importância a esta questão recentemente, os problemas e desconfortos mentais sempre existiram fazendo parte do ciclo de vida da humanidade. Sentirmo-nos bem connosco próprios e nas nossas relações com os outros é sinónimo de termos uma boa saúde mental.
Existem vários problemas que podem afetar, a nível cognitivo, qualquer pessoa. A ansiedade, o stress contínuo ou até mesmo a dependência de vícios (álcool ou estupefacientes) constituem o leque de problemas mais frequentes entre a maioria da população mundial associados ao foro psíquico. Segundo a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, estima-se que em cada 100 pessoas, um terço sofra ou venha a sofrer no futuro com algum problema psicológico, ou mental, sendo que dessa fração ainda se estime que 12 indivíduos possam a vir desenvolver doenças mentais graves.
Sendo uma parte integrante e de extrema importância da saúde geral, todos os anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) opta por definir um tema para consciencializar a população. Em 2024, o tema escolhido designa-se por “It is time to Prioritize Mental Health in the Workspace” (“É tempo de Priorizar a Saúde Mental no espaço de Trabalho”). Percebe-se que ambientes de trabalho seguros e com uma boa qualidade podem beneficiar de inúmeras formas os trabalhadores.
No entanto, o que se concluiu em estudos realizados pela OMS, 27% dos trabalhadores afirmam sofrer de stress ou até mesmo ansiedade, podendo ser provocada ou agravada devido ao ambiente e ao local de trabalho. As cargas laborais excessivas, a insegurança no trabalho, a falta de controlo ou até mesmo questões como o assédio são vários exemplos de fatores de risco psicossocial que podem ser desenvolvidos.
Segundo a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), estima-se que um em cada cinco portugueses sofra ou tenha sofrido de alguma perturbação mental. Por conta destes índices, Portugal encontra-se no segundo lugar no ranking dos países europeus com maior percentagem de anos vividos com incapacidade devido a doenças mentais. A OPP destaca, ainda, que a maioria dos casos acaba por não preencher os critérios de diagnóstico necessários para consideração de “perturbação psiquiátrica”, levando a que não seja possível a intervenção de ajuda profissional.
É, por isso, necessário que cada indivíduo tenha consciência que tem sempre ajuda disponível de várias formas (SOS VOZ AMIGA, SNS 24), e que o isolamento não é de todo a melhor opção. Perceber que nunca ninguém está sozinho e que existe sempre ajuda à disposição é o primeiro passo para ultrapassar as situações mais complicadas da vida.
Para dar ênfase à temática deste ano, por todo o país decorrerão eventos associados. Braga não será exceção e dará palco à saúde mental a sessão “Inspirar Ambientes Saudáveis” que decorrerá no Fórum Braga, a partir das 11 horas de dia 10 de outubro.
Artigo redigido por Rodrigo Costa e Francisca Rodrigues.