O projeto centra-se no voluntariado jovem em regiões de África com carência de água potável.

O Thirst Project nasceu nos Estados Unidos da América, em 2008. Surgiu da iniciativa de um único jovem que, movido pela problemática da escassez de água potável em vários lugares do mundo, quis expandir progressivamente a sua vontade de tomar ação. O projeto chegou a Portugal em 2019 graças a Constança Santos Silva, então com apenas dezasseis anos.

A missão portuguesa tem como principal foco o Reino de Essuatíni, uma pequena nação com 1,2 milhões de habitantes entre a África do Sul e Moçambique. Uma das razões que tornam urgente a melhoria das condições de vida neste país é a elevada taxa de população sem acesso a serviços básicos de água (cerca de 30%, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde e UNICEF datado de 2017). Como consequência, Essuatíni enfrenta desafios como a maior taxa de população com SIDA no mundo (25%), o forte abandono escolar e o desemprego.

O Thirst Project Portugal prioriza a implementação de furos de água doce junto às comunidades, permitindo que mulheres e crianças deixem de caminhar, em média, 6 quilómetros diários em busca de água muitas vezes contaminada. Em 2023, o projeto nacional conseguiu angariar 60 mil euros, construir cinco furos e levar água potável a 1334 pessoas. Cumpridos os objetivos no Reino de Essuatíni, o Thirst Project pretende alargar a sua missão para mais países, num mundo onde cerca de 785 milhões de pessoas continuam sem acesso a água potável.

O ComUM entrevistou Mariana Lima e Constança Gameiro, alunas da Universidade do Minho voluntárias no Thirst Project Portugal. As estudantes de Arquitetura pertencem a uma equipa fundada no segundo semestre do ano passado, após sugestão de uma colega de Lisboa com experiência na organização. Ainda com apenas 5 pessoas, o principal propósito é continuar a expandir a missão e a ultrapassar os objetivos traçados. “O ano passado tínhamos uma meta de 100 euros, chegámos quase aos 500”, sublinham.

As estudantes apelam a que qualquer pessoa se informe sobre a missão do Thirst Project e ajude na angariação de fundos, nomeadamente através da presença em eventos preparados pela equipa. O próximo está agendado para o último domingo de novembro e o primeiro de dezembro, em Guimarães, e vai centrar-se na compra de livros em segunda mão.