Tiago Bettencourt é cantor e compositor português, conhecido também por ser ex-vocalista da banda Toranja. O seu último álbum, 2019 – Rumo ao Eclipse destaca-se pela forma como os ouvintes conseguem refletir sobre os altos e baixos da existência humana. O álbum conta com a participação de Mariza, Cláudia Pascoal e do ator Ivo Canelas.

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Das treze faixas presentem, existem três músicas refletem a essência do álbum. Uma delas é “Viagem”. A faixa transporta-nos para um ambiente calmo logo nos primeiros segundos. Ao longo da canção, percebemos que o cantor pretende que a outra pessoa faça uma viagem, não física, mas uma jornada interior. Bettencourt aborda a importância de não ter medo de arriscar (“Vai, além”) e de seguirmos em frente. A mensagem é concebida através da escolha de ritmo e forma de cantar. O ritmo lento e progressivo reflete a passagem de tempo e que,ao longo desta viagem, não é preciso ter pressa para a fazer. 

No final da música, Bettencourt realça a ideia que depois da jornada ela voltará um dia (“Voltarás um dia também”) e desta vez a agarrar tudo o que a vida dá. A música desafia o ouvinte a ver a vida como uma viagem contínua, cheia de descobertas. 

Com a participação de Mariza, “Nuvem” é uma música que retrata a vida e cada transformação ao longo dela. A palavra nuvem surge aqui como uma metáfora para a liberdade. Contudo, é refletido ao longo da música algumas perturbações que sentimos ao longo da vida. Bettencourt afirma que mesmo com a liberdade e vontade de lutar contra as coisas más, muitas vezes aparece “o escuro” que nos fazem querer desistir. Mariza surge na canção como uma onde de esperança. Realça que vai ser muito difícil, mas, tudo vai passar (“Como um sonho/ Vai passar”).

“Ilha Grande” é a penúltima música do álbum. A ilha funciona como significado de distanciamento “Falta o teu abraço, chegando / Depois de um dia longo, subindo”. Quando se ouve a música, o leito é transportada para uma praia vazia, pois no início, ouvimos apenas o som do mar. Consegue-se imaginar o espaço que o cantor quer levar cada ouvinte, uma “Ilha grande, mar lento e demorado”.

Bettencourt compara-se a um barco que espera à beira-mar e cada comparação que faz ao longo da música demonstra a solidão que sente. A ilha não é um espaço físico, mas sim um lugar espirituoso onde ele tenta se encontrar e se refugia. “Ilha Grande”  transporta um grande poder. Cada letra e sonoridade tem o objetivo de levar o ouvinte a refletir e a perceber a solidão que o cantor sente. 

2019 – Rumo ao Eclipse é um álbum que convida o ouvinte a uma jornada introspectiva. Tiago Bettencourt explora temas de solidão, coragem e transformação. Traz músicas que nos levam a refletir sobre a vida e sobre a nossa própria viagem.