Esta segunda sessão contou com a presença de Luís Loureiro, docente da Universidade do Minho, Catarina Santos, editora de multimédia da Rádio Renascença, Sandra Monteiro, editora da secção portuguesa do Le Monde Diplomatique e com a moderação de Luís António Santos, docente da universidade anfitriã.
O congresso Internacional do ICS (Instituto de Ciências Sociais) da Universidade do Minho, em âmbito do 48º aniversário do instituto, que decorre entre os dias 7 e 8 de novembro. O evento tem como tema “Guerra e Paz: riscos, dinâmicas e horizontes de futuro”.
Na segunda sessão da conferência, a discussão centrou-se na responsabilidade do jornalismo para a compreenção das situações de conflito armado em curso. “Esta situação limite a que chegámos necessitaria do melhor jornalismo possível, com mais pluralismo, mais jornalismo de terreno, mais contexto histórico e mais ângulos de análise para nos ajudar a compreender e a sair de uma situação em que tudo falhou” afirmou Sandra Monteiro.
Outro ponto levantado correntemente foi a falta de financiamento de um jornalismo complexo, que durante décadas foi financiado pela publicidade, e a necessidade deste na atualidade. Luís Loureiro salientou que “o problema do jornalismo viver nesta angústia de encontrar quem o pague é antigo, mas isso não impediu que durante décadas tivéssemos um jornalismo plural, que é a base fundamental da qualidade jornalística”.
Além disso, foram feitas várias críticas à cobertura dos conflitos, destacando-se o aumento do papel da comunicação estratégica em detrimento do jornalismo. “A criação da realidade está agora do lado da comunicação estratégica”, o que limita o acesso dos jornalistas à situação de catástrofe real e evidencia a necessidade de uma cobertura jornalística independente e de qualidade, que procure “a verdade para intervir na realidade”.