A meta é esclarecer e dissipar mitos acerca de elementos da história e cultura de uma civilização pouco conhecida em Portugal.
Cláudia Barros, investigadora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM), está a difundir o antigo Egipto e o Médio Oriente para o público em geral. Essa partilha decorre por meio do site ‘Ancient Egypt’, do canal YouTube ‘Debaixo dos pés da Esfinge’ e do livro infantil ‘As aventuras do pequeno Ramsés’, que foi lançado este mês.
“Eu tento divulgar o Antigo Egipto, especialmente aqui no Norte de Portugal, porque não temos propriamente muitos investigadores focados neste tema. Normalmente isto é mais típico lá para baixo, em Lisboa, e cá em cima estamos um pouco mais focados na parte dos romanos, da Idade do Bronze”, explica Cláudia Barros. “Como sempre tive esta paixão pelo Antigo Egito, pelas pirâmides, pelas múmias, achei que era interessante também poder partilhar um pouco daquilo que eu sei, daquilo que vou investigando e estudando”, acrescenta.
O site de Cláudia, lançado em 2021, é o seu projeto inicial. Nele oferece uma enciclopédia online, com cronologias, glossários e revisões de livros. “A minha ideia é condensar tudo aquilo que se sabe e se estuda ultimamente para que as pessoas tenham uma espécie de enciclopédia online com conhecimento académico, nada de conspirações, fácil de assimilar por qualquer pessoa”, esclarece.
No YouTube, Cláudia publica vídeos educativos, porém o seu mais recente projeto é o seu livro infantil. “Tem sido uma aventura. Nunca imaginei escrever um livro para crianças, sempre pensei que seria algo mais académico, para adultos, mas depois surgiu a oportunidade”, comenta.
A jovem de 27 anos, natural de Braga, possui licenciatura e mestrado em Arqueologia pela UMinho, onde está atualmente a realizar o seu doutoramento em Ciências da Cultura. A sua tese concentra-se nas origens e nos ataques dos nómadas hapiru, que há mais de 3000 anos invadiram e tomaram posse de algumas das colônias egípcias na região do Levante. Adicionalmente, esteve envolvida em escavações em Marrocos (Ksar Sghir) e em Portugal (Boticas, Guimarães, Viana do Castelo) e é a representante em Portugal da Associação Galega de Exiptoloxía.