A história de Lewis Carroll foi adaptada para um musical sobre temas atuais.
A tarde deste domingo revelou-se pedagógica para os mais pequenos. “Alice no Musical das Maravilhas”, que abordou as tecnologias e a importância da leitura, encheu o Grande Auditório do Forum Braga.
Assim que as luzes do espaço se apagaram, a plateia gritou em euforia, ansiosa pelo espetáculo. Alice, Maria e João entraram em palco, “colados” às “histórias do Youtube”. A mãe repreendeu-os, lembrando Alice de como a jovem era “fã de livros”. Juntamente com a avó, a progenitora chamou os filhos para ouvirem um conto: a história do País das Maravilhas.
Alice mergulhou então neste novo mundo. Após beber um xarope para ficar mais pequena e conseguir entrar pela portinha do País, a protagonista conheceu o Senhor Coelho. Obcecado pelo tempo, o animal irrequieto acompanhou Alice durante toda a sua viagem, cantando sobre a importância de aproveitar cada segundo.
Insegura do seu cabelo ruivo, a primeira paragem de Alice foi na Senhora Lagarta, especialista em transformações. A protagonista reclamou do facto dos irmãos e dos colegas da escola a apelidarem de “cenoura”. Porém, a Senhora Lagarta mostrou-lhe que o mais importante é o interior e a capacidade de imaginação. O exterior é apenas um “extra”, um espelho da sua personalidade única.
Enquanto a Alice e o Senhor Coelho seguiam para a festa do Chapeleiro Louco, a avó da protagonista entrou em cena para cantar sobre a importância das crianças “serem pequenas”. A avó de Alice aconselhou o João, a Maria e a plateia a brincarem e a usarem a imaginação, sempre que possível.
O banquete divertido do Chapeleiro Louco foi o momento favorito da audiência. Durante a canção do personagem, o público bateu palmas e soltou “hurras” divertidos. A lição do Chapeleiro relacionou-se com as redes sociais: enquanto ele admitia fingir estar sempre feliz, Alice revelou a falsidade das redes sociais, onde as pessoas mostram uma vida muito mais interessante do que a que realmente têm.
A última paragem de Alice no peculiar País das Maravilhas foi o jogo de Croquet da Rainha de Copas. Após a criança denunciar a batota da Rainha e receber a condenação de lhe ser cortada a cabeça, Alice retorna à “vida real”. A sua viagem foi apenas um sonho.
O musical mostrou ao público infantil que “os livros não precisam de Internet ou Bluetooth” para criar histórias fascinantes. A plateia pareceu compreender a mensagem sobre a importância da imaginação, oferecendo em retorno uma longa ovação de pé no final da peça.