A lista A pretende inovar, enquanto assegura a continuidade.

Luís Guedes encabeça a lista A e é candidato à direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho). A semana de campanha decorre até dia 9 de dezembro e as eleições estão agendadas para o dia 11. Em entrevista ao ComUM, o candidato afirma que a lista A pretende aproveitar as alterações nos pilares da AAUMinho para fazer reivindicações.

 

ComUM – Quais são os principais objetivos desta vossa candidatura?

Luís Guedes – Os principais objetivos da candidatura, “Lista A: Academia Viva”. O VIVA, ainda não publicitámos muito isso, mas é a Vontade de Inovar, Visão para Agir. Basicamente, isto parte um bocado daquilo que tem sido a minha experiência, a experiência da equipa que vem comigo nos últimos anos, não só na estrutura da AAUMinho, mas no associativismo em geral, e trazer um bocado de novas peças para o puzzle que é a estrutura da Associação Académica da Universidade do Minho e tentar complementar, dar uma pintura um bocado diferente àquilo que é o funcionamento da estrutura. 2025 vai ser um ano muito crítico neste sentido, vai haver muita mudança à volta e nas estruturas que são os essenciais pilares da Associação Académica da Universidade do Minho, que são, essencialmente, as câmaras municipais de Braga e de Guimarães e, obviamente, a estrutura da reitoria, que vai trocar a sua liderança. No meio desses processos, nós queremos aproveitar a oportunidade também para fazer algumas reinvenções, já que vão existir novas caras em todos esses processos e vai haver um novo conjunto de pessoas a lidar diretamente connosco nos assuntos que mais nos interessam.

 

ComUM – A lista A defende muito a continuidade e a inovação em parceria. Como é que o pretendem cumprir?

Luís Guedes – Nós temos, efetivamente, continuidade, somos uma lista de continuidade, continuamos a lista A, já há alguns anos, mas isso não implica que as pessoas sejam sempre as mesmas, que é uma coisa que às vezes se ouve. A taxa de renovação é 64,7%, se não me engano, arredondando, 65%. Se me perguntarem, honestamente, com toda a transparência, digo-vos que não é uma taxa que preocupa, a nível de continuidade. Eu acho mesmo que é um equilíbrio súper interessante daquilo que é a experiência dos anos anteriores e a vontade de inovar e a visão para agir, vou usar aqui o nosso mote. Ter pessoas novas, com ideias novas e frescas, que venham de outras estruturas, que venham com uma idade mais tenra, que estejam há menos tempo na academia, que tenham experiências diferentes, é súper importante para nós. O equilíbrio da nossa lista A, adequa a experiência e a vontade de fazer melhor e diferente.

 

ComUM – Estando há três anos em cargos de direção, sentes que podes trazer algumas conceções pré-feitas da direção anterior?

Luís Guedes – Naturalmente, sim. E conceções já da minha própria experiência no associativismo, mesmo fora da associação académica. Sou enviesado, como toda a gente, pela minha própria experiência, mas sou uma pessoa que também gosta muito de se destacar, perceber que não sou, entre aspas, a última bolacha do pacote. Essencialmente, nós aprendemos e crescemos mais quando ouvimos a perceção dos outros. Eu tenho pessoas na minha equipa que tiveram experiências associativas de vertentes completamente diferentes da minha, vertentes culturais, associativas mais viradas para júnior empresas, e eu pretendo balançar a experiência dessas pessoas e a perspetiva que elas trazem da academia como um todo, com a minha perspetiva já mais envelhecida, maturada, daquilo que é a academia minhota e tentar ter um projeto que é de todos para todos, de facto, para que consigamos contrabalançar as perspetivas todas e chegar ao máximo de pessoas possível com a nossa visão para este próximo ano.

 

ComUM – A lista A defende mais a continuidade, ao passo que a lista L defende mais reivindicações. De que modo é que acham que o vosso modelo pode funcionar melhor?

Luís Guedes – Em primeiro lugar, a lista L defendeu muitas reivindicações, mas isso não significa que nós também não as defendamos, especialmente este ano, como fiz questão de referir no início, por causa das eleições autárquicas e das eleições da reitoria, há um alinhamento que acontece só de muitos em muitos anos, de ter uma renovação tão grande e de tantas caras ao mesmo tempo. Aliado também mudará o Senado Académico e o Conselho Geral, naturalmente, para também trocar a equipa reitoral. São imensas eleições num mesmo ano, isto implica que a estrutura da AAUMinho tem de estar súper capacitada para reivindicar, para exigir mais e nesse aspeto a lista A também será certamente muito reivindicativa. Este vai ser um ano muito de reivindicação, de conversa, com muitas candidaturas, com muitas pessoas interessadas em ser, fazer acontecer nas cidades e aqui na própria Universidade do Minho e nós temos de estar preparados para auscultar e garantir que todos eles conseguem perceber a perspetiva dos estudantes, a perspetiva da associação académica e a visão que nós temos para a academia e transmitir isso da melhor forma. Acho que o facto de ser de continuidade não limita de forma nenhuma a questão reivindicativa.

 

ComUM – A transparência dos documentos da Associação Académica é um assunto que é muito debatido. O que é que vocês pretendem fazer para conferir essa tal transparência?

Luís Guedes – A nível de documentação, a direção da AAUMinho tem três momentos essenciais de escrutínio ao longo do ano, quando decorrem as reuniões gerais de alunos. Eu percebo que, para o estudante banal, entre aspas, que não está tão ligado às questões do associativismo, nem às questões financeiras e de contabilidade, digamos, é difícil. São documentos complexos, muitas páginas, muitas explicações. A nível de transparência, eu acho que encontramos nesses documentos tudo o que quisermos encontrar. Também sei que o nosso gabinete de apoio à decisão, que são as nossas contabilistas, a nossa tesouraria, a nossa presidência, está sempre disponível para responder a perguntas. Enquanto atual membro da presidência da AAUMinho, acho que podemos procurar alguma simplificação dos documentos, mas não sei se a simplificação depois não nos fará incorrer num risco de omissão. Ou seja, simplificar tem também esse risco acrescido. Podemos é ter uma versão simplificada, mais leiga, e uma versão complexa. Se, depois disso, surgir também outra dúvida, está à vontade para contactar.

 

ComUM – A direção atual afirmou que a continuidade dos transportes pode estar em risco e disse que seria uma decisão a ser tomada pela direção seguinte. Qual é o vosso plano?

Luís Guedes – O plano de ação depende de várias coisas. Uma delas é uma conversa que temos de ter com a comunidade intermunicipal que faz, neste momento, o serviço ao abrigo do passe sub 23. Estamos súper contentes que esta medida tenha sido implementada e se calhar ligeiramente descontentes por não termos tido uma hipótese para assegurar este serviço através do financiamento do governo, mas também percebemos as motivações para procurar as comunidades intermunicipais. Queremos ter uma conversa séria com a entidade, perceber efetivamente qual é que é a amplitude de necessidades que eles vão conseguir suprimir e que têm interesse em suprimir, perceber qual é o limite da atuação deles, perceber também, antes de ponderarmos seriamente, acabar com o serviço de transportes, o impacto que isto teria naquele conjunto de pessoas que ficam fora do limite de atuação da CIM, mas para isso temos de nos sentar a sério, ter uma reunião. Acho que sim que é indicado ser já com a próxima direção, para quando se iniciarem estas discussões serem levadas do início ao fim pelo mesmo conjunto de pessoas, mas considero, assumo aqui, uma realidade, face à redução na procura pelo nosso serviço de transportes, cessar o serviço. Depende mesmo da quantidade de estudantes que poderiam sair lesados daqui e se conseguimos ou não arranjar outra solução para eles, porque nós não queremos prejudicar ninguém, apesar de isso poder prejudicar ainda mais a nós.

 

ComUM – Como é que a lista A pretende envolver a comunidade estudantil e prevenir uma grande abstenção, mesmo que residualmente, como se viu no ano passado?

Luís Guedes: A nível da campanha, nós procuramos sempre reunir com muitas entidades e isso não será diferente este ano. Vamos tentar estar presentes em todas as residências, com as comissões de residentes presentes, estar também a dinamizar reuniões com os grupos culturais, tanto em Braga como em Guimarães e perceber efetivamente o que é que se tem passado. Sabemos que tivemos recentemente a Récita e que uma série de questões foram levantadas lá por parte dos grupos culturais. Nós queremos abordá-las com seriedade e anotar e ter tudo registado para começarmos o ano já com tudo que precisamos de fazer. Núcleos, secções, delegações, etc. Também queremos reunir com todas essas entidades e acima de tudo estar presente nos campi todos, sem qualquer tipo de exclusão, Congregados, Couros, Gualtar, Azurém, tudo, grandes, pequenos, não interessa, queremos estar em todo lado, garantir que todos os estudantes conhecem o projeto da lista A ao maior detalhe possível, face a este período de campanha relativamente reduzido, e garantir que, à partida percebem qual é que é o projeto mais acertado.