A Lista D tenciona levar mais estudantes às RGA´s com recurso ao trabalho de campo.
Pedro Fernandes, que encabeça a Lista D, é um dos dois candidatos ao principal cargo na Mesa da Reunião Geral de Alunos da Associação Académica da Universidade do Minho, AAUMinho. As eleições ocorrem a 11 de dezembro, com o voto a poder ser concretizado na plataforma e-votum. Numa entrevista concedida ao ComUM, o timoneiro da Lista D destaca que a vontade dos estudantes deve colorir as RGA´S.
ComUM- Enquanto líder da Lista D julgas que os estudantes da Universidade do Minho têm conhecimento acerca do órgão ao qual a qual te candidatas, a RGA?
Pedro Fernandes- Assim, até vou dar um exemplo da sensação que tive até agora: tivemos em campanha a falar com vários estudantes, numa distribuição, e fomos falando sobre este órgão. Das dezenas com os que falamos, apenas havia um estudante que sabia o que era. Já era algo que nós tínhamos uma noção e que hoje deu para termos uma noção mais empírica. Não há muito conhecimento acerca do que é a RGA e, no nosso entender, é por falta de divulgação e também por falta de trabalho das mesas anteriores.
ComUM- A vossa lista defende que a RGA não é um órgão burocrático, nem irrelevante, mas sim um espaço para os estudantes exporem os seus problemas e participarem na respetiva resolução. Com que base é que argumentas essa perspetiva e o que pretendes realizar para combater esse problema?
Pedro Fernandes- As bases, no fundo, são os próprios estatutos daquilo que é a Associação Académica. Acho que até a primeira palavra que é usada na definição daquilo que RGA, diz lá que RGA é o máximo órgão deliberativo da Associação Académica da Universidade do Minho. No nosso entender, a compreensão disto é muito simples, não é algo estritamente burocrático, é algo que deve ser sim representar de forma máxima a vontade dos estudantes, que deve sair traduzida de cada RGA.
ComUM- Numa conversa com RUM, mencionaste que tens a vontade de efetuar mais trabalho de campo para levar os estudantes a RGs. Como é que pretendes concretizar isso?
Pedro Fernandes- Nomeadamente, por exemplo, fazer o que se faz neste período de campanha. Geralmente o que se vê são as listas muitas ativas no período de campanha, a falar com os estudantes e (incentivar) toda a gente a votar. Depois, quando chega ao trabalho efectivo, a única coisa que fazem é mandar e-mail para o e-mail institucional e nada mais é feito. No nosso entender, este trabalho de campo que se faz na campanha deve também ser estendido ao mandato, no sentido em que antes de cada RGA, a lista que ficar encarregue desse órgão deve-se dar ao trabalho de andar pela universidade, a falar com os estudantes a esclarecer o que é que é, uma RGA, organizar um debate e promover o que vai acontecer.
ComUM- Continuando na perspetiva da entrevista, dirigiste críticas quanto à pouca antecedência de aviso das datas das reuniões aos estudantes por parte da atual mesa. Como é que tencionas afastar esse problema?
Pedro Fernandes- Acho que é o problema mais simples de resolver, ou seja, não sei se foi por descuido ou se foi por opção para não despender a universidade toda. Nem sou eu que devo fazer esse juízo. Simplesmente, começar a publicitar a RGA com a antecedência que é prevista nos estatutos, ou seja, em vez de avisar quatro ou cinco dias antes, tal como fez a do ano passado, avisar mais de sete dias tal como é legal, para que não volte a acontecer o que aconteceu no ano passado, que é uma RGA anti estatutária. Foi uma vergonha.
ComUM- Numa perspetiva mais pessoal, quando e porque é que decidiste avançar com esta candidatura à RGA e já agora, se sentes que o facto de seres um estudante do primeiro ano, neste caso da Licenciatura em Ciências da Computação, joga a favor ou contra da tua candidatura?
Pedro Fernandes- Acho que é ambíguo, ou seja, se calhar por um lado trazemos este fator de renovar, mas, por outro, também algumas coisas que nós vamos conhecendo ao longo da campanha. Por exemplo, só este ano é que eu vou ter noção de daquilo que é o conhecimento dos estudantes acerca da RGA era algo que seria sempre bom saber antes. Acho que é um bocado ambíguo.
A nossa lista decidiu avançar para isto, tal como disse na última entrevista, olhando para aquilo que são as condições atuais da Associação Académica, em que pelas nossas conversas com os estudantes de entender com o trabalho desenvolvido foi muito pouco e profundamente insuficiente. Reconhecendo esta insuficiência e a necessidade de expandir a democracia aos estudantes e, ainda por cima este ano comemoramos os 50 anos do 25 de Abril, uma data tão importante para a nossa democracia, sobretudo para o Ensino Superior, decidimos avançar com este projeto que nós achamos que é, de alguma forma, transformador e necessário.
ComUM- Para finalizar, que mensagem queres deixar aos estudantes Universidade do Minho?
Pedro Fernandes- Gostava apenas de deixar aqui um apelo para todos os estudantes que se acham que este órgão é efetivamente importante, para todos os estudantes que acham que a voz do estudante deve ser ouvida e que todas as decisões da Universidade devem ser feitas ou tendo em conta ou puramente baseadas naquilo que os estudantes decidem. O voto na Lista D é sempre opção mais certa, visto que é justamente esse nosso projeto.