A saúde mental tem sido um tema de crescente debate e existe cada vez mais conscientização para os transtornos que se possam desenvolver a nível psicológico. Embora seja um problema que afete todas as gerações, os jovens, mais especificamente os estudantes, têm se mostrado cada vez mais afetados com este tipo de doenças, sendo os mais frequentes depressão e ansiedade.

A entrada no ensino superior marca uma mudança radical na vida dos jovens. Esta realidade, juntamente com a pressão dos estudos e do sucesso académico, pode trazer bastantes complicações à saúde mental dos alunos. Esta pressão pode ter diferentes fontes: país, professores ou, até mesmos, os próprios estudantes.

O número de alunos do ensino superior que afirma ter problemas relativamente à saúde mental tem vindo a piorar significativamente. Um inquérito realizado relativamente ao ano letivo de 2021/2022 aponta que 9% dos estudantes reconhece que sofreu algum transtorno relacionado com a saúde mental. O inquérito foi feito a 10.600 estudantes e representa mais do dobro face aos números registados no estudo realizado anteriormente, no ano letivo de 2020/2021, onde 4,4% dos estudantes reconheceu que sofria com algum tipo de transtornos mentais.

Um estudo levado a cabo pela Universidade de Évora revelou, também, dados preocupantes. O inquérito foi conduzido em sete instituições de ensino superior portuguesas e a mais dez de diversos países da Europa e da América do Sul. A percentagem de estudantes que confirmou sofrer de algum tipo de problemas relativos à saúde mental é elevado. Os indicadores onde os números foram mais alarmantes são sintomas de ansiedade, depressão, cansaço extremo, pouca energia e alterações no sono. Outro dado inquietante foi que 23% dos participantes toma medicamentos para tratar estes transtornos.

Como é que podemos combater esta realidade alarmante? Em primeiro lugar, a saúde mental tem de deixar de ser tratada como um tabu. Aumentar a conscientização para o problema será o primeiro passo para o combater. Também é importante pôr de lado os preconceitos que existem acerca de transtornos relacionados com a saúde mental. Procurar ajuda de um profissional, psicólogo ou psiquiatra, não é para “maluquinhos”, é, na verdade, um passo de coragem e importante para enfrentar esta realidade cada vez mais avassaladora.

O número de estudantes que sofrem com problemas de saúde mental só tem tendência a aumentar. A solução não está apenas à responsabilidade daqueles que sofrem com isto nem daqueles que os rodeiam. Está também encarregue a todos nós, como sociedade, de nos envolvermos no combate destas doenças.