O ano de 2024 foi marcado por vários filmes, séries, álbuns e livros. O ComUM selecionou algumas obras que se destacaram neste "ano velho".
Música
Good Luck, Babe! – Chappell Roan: Chappell Roan subiu ao estrelato após o lançamento de Good Luck, Babe! em abril de 2024. O single tornou-se num hit viral, contando já com mais de mil milhões de audições no Spotify. Nesta canção, inspirada na sonoridade dos anos 80 e na cultura drag, a cantora relembra um namoro secreto com uma mulher, que terminou mal devido à heterossexualidade compulsória. As rádios foram imediatamente invadidas pela voz habilidosa de Chappell. Durante o verão, milhares de pessoas, um pouco por todo o planeta, cantaram a ponte de Good Luck, Babe! sem parar. O resto da sua discografia também começou a ser escutado em massa. Pode-se dizer que ocorreu um Femininomenon. Chappell Roan termina 2024 com seis nomeações nos Grammy Awards, incluindo nas categorias de Artista Revelação e Canção do Ano.
BRAT– Charli xcx: Lançado a 7 de junho de 2024, BRAT levou Charli xcx para um novo patamar de reconhecimento global. Com uma sonoridade agressiva que mistura rave, hyperpop e pop experimental, a artista capturou o espírito da juventude com um disco que se tornou rapidamente um fenómeno cultural. A palavra “brat” foi eleita a Palavra do Ano pelo Dicionário Collins, refletindo uma atitude de confiança e rebeldia. Charli explora temas como vulnerabilidade, relacionamentos complicados e a procura pela identidade, sempre com uma abordagem mexida e intensa. O álbum não dominou apenas os charts: criou também uma estética, o “brat summer”, que se espalhou por toda a Internet. Com BRAT, Charli xcx não segue o modelo comum de uma estrela pop: redefine-o, abraçando a autenticidade em cada música.
eternal sunshine – Ariana Grande: Composto por 13 faixas magníficas, eternal sunshine, de Ariana Grande, foi lançado a 8 de março e narra uma tocante jornada de recuperação e autodescoberta. Capaz de transmitir ao ouvinte as emoções de cada música, o disco tornou os quatro anos de espera por um novo projeto verdadeiramente recompensadores. eternal sunshine não só correspondeu às expectativas dos fãs como também redefiniu o nível de excelência na música pop contemporânea. Misturando géneros como o pop, R&B e house, a artista apresenta um perfeito exemplo de versatilidade e criatividade sonora. eternal sunshine marcou 2024 pela sua genialidade da produção e pelos seus temas envolventes, provando ser uma obra que ficará gravada na memória de uma geração.
The Secret of Us – Gracie Abrams: Ao falarmos de 2024 concluímos que a música esteve em alta e The Secret of Us contribuiu para isso. O segundo álbum da cantora Gracie Abrams, lançado a dia 21 de junho de 2024, tornou-se um porjto que, com certeza, marcou este ano, sendo uma das melhores discografias de 2024. Num estilo folk-pop, a cantora fala sobre a complexidade das relações e dos desgostos amorosos durante os seus vinte anos. O álbum torna-se uma carta aberta a todos que estão a passar ou já passaram por algo semelhante, encontrando conforto nas treze faixas.
Romance – Fontaines D.C. : Romance foi, sem dúvida, um dos mais aclamados álbuns de 2024. Lançado a 23 de agosto pelos Fontaines D.C., o disco de rock alternativo distinguiu-se pela sua ambição e brutalidade de sons, e ainda pela sua capa estranhamente atrativa, transformando, assim, a conhecida identidade da banda irlandesa. Com 11 faixas, Romance torna-se impactante para quem o ouve. Os seus temas românticos contam um lado apaixonado como a faceta desesperante do amor. Pertence, por isso, à soundtrack que marcou um ano que ficará para sempre célebre pelos seus influentes e revolucionários lançamentos!
Filmes
Dune: Parte 2 – Direcionado por Denis Villeneuve, Dune: Parte 2 dá continuidade à épica jornada de Paul Atreides no deserto de Arrakis, consolidando-se como um marco do cinema contemporâneo. O filme combina uma narrativa rica e fiel ao clássico de Frank Herbert com uma abordagem visualmente deslumbrante, que equilibra grandiosidade técnica e profundidade emocional. A longa acompanha Paul, que ao lado dos Fremen, luta para vingar a sua família e concretizar o destino como líder messiânico. A trama explora temas complexos como poder, sacrifício, destino e a conexão entre a humanidade e a natureza, no meio de um cenário repleto de intrigas políticas e espirituais. Com atuações excecionais de um elenco estelar, uma trilha sonora impactante e uma direção magistral, Dune: Parte 2 eleva a ficção científica a um nível raramente visto, conquistando tanto fãs do género quanto novos espetadores. Consagra-se como uma das melhores produções de 2024.
Todo o Tempo Que Temos – Todo o Tempo Que Temos foi dos filmes mais esperados deste ano, marcando o cinema de 2024. Protagonizado por Florence Pugh e Andrew Garfield, o filme aborda o valor e brevidade da vida. Através da narrativa fragmentada, o realizador John Crowley é capaz de nos chamar à atenção para a simplicidade da vida e da valorização dos momentos simples que nos completam enquanto pessoas. A transição entre momentos sérios e momentos divertidos acontece com frequência, provocando em quem observa uma sensação agridoce, acompanhada por lágrimas. O filme foi, sem dúvida, uma das maiores surpresas deste ano e tornou-se obrigatório para todos os amantes de romance.
An Evening with Dua Lipa – Foi na noite de 17 de outubro que Dua Lipa encheu o Royal Albert Hall, a majestosa sala de espetáculos aberta pela Rainha Vitória, de glamour e elegância. Num espetáculo pensado apenas para aquela noite, a artista apresentou-se num registo mais orquestral. Fez-nos vibrar com as nossas versões dos seus hits, destacando-se atuações como “Houdini”, “Training Season”, “Be The One” e até “Cold Heart” que contou com a honrosa presença de Elton John. Desde a maestria impecável aos figurinos impactantes, a mítica noite foi gravada, dando origem ao agradável especial de TV An Evening With Dua Lipa. Uma ótima sugestão para um serão dominado pela música e pelas surpresas preparadas por Dua Lipa.
Séries
Baby Reindeer – Inspirada em eventos reais, a minissérie britânica retrata a experiência de Donny (Richard Gadd) com uma stalker. A escrita crua e intensa, que transporta o sofrimento, medo e inocência do protagonista para o espetador, garantiu um Emmy por melhor roteiro. As atuações de Gadd e Jessica Gunning (“Martha”) também foram galardoadas na cerimónia. Gadd impressionou ao transmitir a vulnerabilidade e o trauma do protagonista, enquanto Gunning trouxe uma inquietante profundidade à personagem de Martha, tornando-a simultaneamente enigmática e perturbadora. Baby Reindeer é uma minissérie arrebatadora que marcou da melhor maneira 2024.
Arcane (2ª Temporada) – Arcane voltou às telas com uma segunda temporada verdadeiramente cativante. Dividida em três partes, é ambientada logo após a morte do antagonista Silco, um traficante de Zaun que estava decidido a destruir Piltover. A série inspirada nos jogos de League of Legends que segue duas irmãs, Jinx e Vi, conseguiu surpreender novamente os espetadores com a riqueza da sua animação e enredo. Torna-se facilmente uma das melhores obras lançadas em 2024.
X-Men ‘97 – Revival de X-Men: The Animated Series (1992-1997), X-Men ‘97 continua a história da clássica equipa de super-heróis. Após a perda do Professor X, é revelado que o líder deixou a liderança da equipa para Magneto, um icónico vilão dos X-Men: mas parece estar comprometido a cumprir o sonho de igualdade entre humanos e mutantes de Xavier. X-Men ‘97 supera, em todos os parâmetros, o desenho animado anterior. Não só pela clara evolução na animação, visto que é muito mais fluída, o que permite cenas de ação dignas das páginas das bandas desenhadas, mas também devido à qualidade do guião, que consegue equilibrar e desenvolver as diferentes personagens. Ao mesmo tempo, integra a essência dos X-Men, sobre ser um grupo que representa as minorias. Sem dúvida que X-Men ’97 é uma das grandes surpresas no ano e uma das melhores obras envolvendo bandas desenhadas dos últimos tempos. Sabe até onde brincar com a nostalgia e inova quando comparada com a série anterior.
Livros
Rivais Divinos – Rebecca Ross: A história de Iris e Roman parece uma picardia clichê nas primeiras páginas: uma relação de academic rivals, na disputa por um lugar no jornal Oath Gazette. Porém, o cenário de guerra místico leva a que os protagonistas se disponham a serem correspondentes de guerra. Rivais Divinos entra no recente género de romantasy com uma premissa alguém do muito já repetido. Rebecca Ross conecta a realidade e a fantasia de maneira genial. Inclui o trabalho e importância de um jornalista, mesmo que não seja a premissa principal. A relação de Iris e Roman cresce lentamente, prendendo o leitor a cada palavra. Com vários plot-twists empolgantes, a reviravolta final dá motivação para o final da duologia, “Promessas Cruéis”, já publicado em Portugal.
A Cicatriz – Maria Francisca Gama: A obra de Maria Francisca Gama foi o maior fenómeno literário em Portugal. A escrita profunda, realista e intensa da autora fez com que vários membros do booktok partilhassem as suas reviews entre lágrimas. Uma viagem de um casal para o Rio de Janeiro cria e expande a cicatriz na relação, que começa por uma simples questão: deverão ir pela esquerda ou pela direita? A Cicatriz consegue em apenas 168 páginas explorar temas profundos e sensíveis, mas essenciais para qualquer leitor. É uma leitura que desperta emoções intensas e sublinha a importância de valorizar a literatura lusófona.
Artigo escrito por Carolina Sepúlveda, Bruno Correia, Eva Correia, Inês Antunes, Beatriz Aires, Clara Araújo, Diogo Linhares, Tiago Gomes, Michelle Ramirez, Filipa Correia




