Elvis Aaron Presley nasceu a 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississippi. Filho único de Vernon e Gladys Presley, já que o seu irmão gémeo, Jesse, nasceu morto, Elvis cresceu num ambiente humilde. Desde cedo, mostrou uma ligação especial à música, participando em coros religiosos e absorvendo influências do gospel, do country e do blues.
Aos 13 anos, a família mudou-se para Memphis, Tennessee, onde Elvis terminou os estudos secundários na Humes High School. Foi nesta cidade que o jovem começou a moldar o estilo que, anos mais tarde, conquistaria o mundo. Em 1953, gravou uma demo como presente para a mãe, um gesto que marcou o início da sua trajetória musical.
Em 1954, Elvis assinou com a Sun Records e lançou “That’s All Right”, um single que combinava ritmos negros com elementos da música country. Rapidamente, o seu estilo vocal, presença de palco e movimentos ousados, como o icónico balançar das ancas, captaram a atenção de um público jovem e desafiavam as convenções da época.
Pouco depois, o produtor Tom Parker, conhecido como “Coronel”, tornou-se o seu empresário e ajudou a lançar a sua carreira a nível nacional. A transição para a RCA Records trouxe sucessos como “Heartbreak Hotel”, “Blue Suede Shoes” e “Hound Dog”, que dominaram as tabelas de vendas na década de 1950.
Elvis tornou-se não apenas um ídolo musical, mas também um símbolo cultural, personificando a rebeldia e a energia de uma nova geração. Em 1956, já era um dos maiores artistas do mundo, com atuações a quebrar recordes de audiências e a gerar controvérsia pela sua sensualidade explícita.
Entre 1956 e 1969, Elvis explorou o cinema, protagonizando mais de 30 filmes. O seu primeiro papel foi em Love Me Tender (1956), que destacou o seu carisma natural. Filmes como Jailhouse Rock (1957), King Creole (1958) e Viva Las Vegas (1964) consolidaram a sua popularidade, mostrando-o como uma estrela multifacetada.
Embora as obras cinematográficas fossem, na sua maioria, leves e orientados para o entretenimento, o seu apelo comercial era inegável. Muitas bandas sonoras destas produções renderam novos sucessos, como “Can’t Help Falling in Love” e “Return to Sender”. No entanto, com o passar dos anos, a fórmula repetitiva das produções começou a cansar o público e o próprio Elvis.
Em 1958, Elvis foi recrutado para o exército americano, uma pausa inesperada na sua ascensão meteórica. Durante os dois anos de serviço na Alemanha, conheceu Priscilla Beaulieu, com quem se casaria em 1967. Apesar da interrupção, o regresso de Elvis foi triunfante, retomando a sua carreira com novas gravações e concertos.
Na década de 1960, a popularidade de Elvis enfrentou desafios com o surgimento de novos movimentos musicais, como a British Invasion liderada pelos Beatles. Em 1968, o especial televisivo ’68 Comeback Special’ marcou um momento de viragem, com uma prestação vibrante que revitalizou a sua carreira.
Nos anos seguintes, Elvis concentrou-se nos espetáculos ao vivo, tornando-se pioneiro nas residências em Las Vegas. Concertos como os de ‘Aloha from Hawaii’ (1973), transmitidos para milhões de espectadores, reforçaram o seu estatuto como ícone global.
Apesar do sucesso, os anos 1970 trouxeram dificuldades pessoais. A pressão da fama, o divórcio de Priscilla e problemas de saúde agravados pelo uso de medicamentos afetaram a sua vida. Ainda assim, Elvis continuou a gravar e a atuar, deixando sucessos como “Burning Love” e “Suspicious Minds”.
Elvis faleceu a 16 de agosto de 1977, na sua mansão Graceland, em Memphis. O mundo perdeu uma lenda, mas o seu legado perdura. Com mais de mil milhões de discos vendidos e um impacto cultural incomparável, Elvis Presley é, indiscutivelmente, o Rei do Rock.
Hoje, Elvis continua a inspirar gerações de artistas e fãs. A sua residência, Graceland, é um dos destinos turísticos mais visitados dos Estados Unidos. Este ano, o 90.º aniversário do artista será celebrado com eventos que destacam a sua contribuição inestimável para a música e para o entretenimento.
Curiosamente, tanto Elvis como Priscilla inspiraram filmes biográficos recentes que exploram as suas histórias de vida. Elvis (2022), realizado por Baz Luhrmann, mergulha na carreira e legado do Rei do Rock, destacando o impacto cultural do artista e a complexa relação com o seu empresário, Coronel Tom Parker.
Já Priscilla (2023), com direção de Sofia Coppola, oferece uma visão mais íntima, centrada na experiência de Priscilla Beaulieu Presley, desde o início do seu relacionamento com Elvis até aos desafios de viver sob os holofotes como sua companheira. Ambos os filmes reforçam a relevância histórica e emocional destas figuras icónicas.
De Tupelo ao estrelato mundial, a história de Elvis Presley é uma celebração de talento e paixão. Lembramos neste aniversário a força do cantor e o impacto que deixou na indústria da música.