O Theatro Circo recebe, no dia 15 de fevereiro , o ator e encenador Mário Coelho para a estreia do seu novo espetáculo, uma atuação que se move entre o terror psicológico e a metalinguagem cinematográfica.
Mário Coelho licenciou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema e tem vindo a desenvolver vários projetos teatrais portugueses. Estreou-se na encenação com “É possível respirar debaixo de água” (2016) e, desde então, tem-se destacado pelos seus trabalhos como “finado”, “I’M SO EXCITED!”, “FUCK ME GENTLY!” e “Se te Portares Bem, Vamos ao McDonald’s!”. Em prol do seu talento, foi premiado em 2021 com o Prémio Revelação AGEAS/TNDMII, sendo considerado uma das figuras mais acarinhadas do teatro contemporâneo.
Com esta nova peça, o encenador convida o público a imergir numa experiência de sombras e obsessões, num espetáculo onde a verdade se evapora e os fantasmas do passado se entrelaçam com os do presente. A representação aborda temas como a carga emocional, a batalha pela validação artística e os limites entre a realidade e a ficção.
O drama desenvolve-se num apartamento normal, à primeira vista, habitado por uma adolescente. Por volta das 23h36, uma porta abre-se e dez indivíduos entram surpreendentemente na sala e começam a dançar. A rapariga, assustada, dirige-se à sala e não entende o porquê daqueles desconhecidos estarem ali, em sua casa. Em pânico, tenta mandá-los embora, mas sem sucesso. A partir deste momento e, no desenrolar da história, o terror instala-se. Uma tragédia surge, despoletando muitas questões sobre o que está a acontecer.
O principal objetivo de Mário Coelho é demonstrar, a partir de uma vivência pessoal, como os traumas e memórias familiares podem impactar uma pessoa e até mesmo propagarem-se de geração em geração. A peça e o seu simbolismo acabam por refletir o trajeto de um artista.
A estreia de “Quando eu morrer, vou fazer filmes de terror!” é uma encenação que promete inquietar os espectadores, levando o público a decifrar os limites do verdadeiro e do imaginado, que são frequentemente distorcidos.
No passado dia 13 de fevereiro, em paralelismo com os espetáculos, Mário Coelho esteve presente na sessão de Formas de Fazer: É possível respirar debaixo de água, onde partilhou várias ideias e experiências da sua vida, abrindo discussão com o público.