O festival é uma iniciativa do programa Braga25, Capital Nacional da Cultura, que une os concelhos de Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão.
A tarde do penúltimo dia do SQUARE – Festival de Música de Braga – entoou talento emergente. Mynda Guevara e SJU atuaram esta sexta-feira na Casa das Artes em Famalicão. De géneros distintos, ambas conquistaram o público.
Mynda Guevara: Rap em crioulo e no feminino
Aos poucos, o público preencheu as mesas e o bar do café-concerto da Casa das Artes. No centro, Mynda Guevara iniciou o concerto com “Fénix”, uma das faixas do seu mais recente EP.
Vinda da Cova da Moura, a artista trouxe rimas que refletem a vida no “gueto” e a força feminina no rap. Sempre divertida, Guevara agitou o público com faixas animadas em crioulo e português. “Sonho é Meu” foi o ponto alto, com o refrão a envolver rapidamente os presentes.
A atuação da rapper foi envolvida em hurras e aplausos. No fim da atuação, a artista pediu ao público completar as palavras “Hip hop”, “Cova M” e “Female Power” – talvez as três palavras que melhor definem seu o trabalho.
SJU: uma nova maneira de ouvir música eletrónica
A atuação seguinte trouxe uma atmosfera oposta. No Grande Auditório, SJU mostrou aos presentes uma eletrónica suave e fora da caixa.
Iluminada por luzes roxas e vermelhas, a artista trouxe uma performance ambígua, fiel à sua arte. Fez-se acompanhar de projeções de visuais e letras de algumas músicas, como “ADVICE FOR ME? NO”. Mesmo tímida, SJU fez o público mexer o pé.
Com vocais suaves em inglês e batidas contagiantes a intérprete da Europa de Leste misturou eletrónica com tambores e pandeireitas durantes algumas canções. A guitarra elétrica que a acompanhava reforçou a “vibe” única da artista.
O distinto de SJU é a mistura de elementos dançantes com uma estética infantil e inocente. Exemplo disso é “LUX”, música escrita sobre o gato de uma amiga, dedicada a todos os donos de animais de estimação. O concerto acabou de forma doce com “CHOCOLATE”, que facilmente ficou no ouvido do público.
A primeira edição do Festival SQUARE termina hoje, dia 1 de fevereiro, em Braga. A celebração da música independente feita nos continentes banhados pelo Oceano Atlântico tem hora marcada até de madrugada.