A tão aguardada segunda temporada de Squid Game, criada por Hwang Dong-hyuk e lançada em 26 de dezembro de 2024, traz de volta a brutalidade dos jogos e a crítica social afiada, mas sem a mesma surpresa e frescor que tornaram a primeira temporada um fenómeno global. Ainda assim, com atuações marcantes e novos desafios, a série consegue prender a atenção – mesmo sem a força de antes.

A nova temporada retorna com a promessa de expandir o universo cruel dos jogos mortais, mas sem o impacto arrebatador da primeira. Se na estreia a surpresa e a crítica social foram o grande trunfo, agora aposta-se na complexidade dos personagens e em novas reviravoltas – nem sempre com o mesmo efeito.

Lee Jung-jae brilha novamente como Seong Gi-hun, agora movido por um desejo de vingança. O seu desempenho continua sólido, o arco do personagem perde um pouco da intensidade. Novos rostos, como Kang No-eul interpretada por Park Gyu-young, acrescentam frescor à trama – porém, nem todos os personagens têm tempo para se desenvolver. A química entre os atores funciona especialmente nas cenas de tensão. Contudo, algumas interações parecem forçadas.

O enredo tenta aprofundar a mitologia por detrás dos jogos, trazendo novas dinâmicas e figuras misteriosas. No entanto, algumas reviravoltas soam previsíveis e a crítica social, antes direta, parece diluída. Hwang Dong-hyuk mantém a sua assinatura visual com enquadramentos impactantes e uma direção eficiente, mas a tensão não é tão sufocante quanto antes.

Visualmente, a série continua impressionante. Os cenários são ainda mais grandiosos e a paleta de cores vibrantes contrasta bem com a brutalidade da história. No entanto, até este aspeto foi prejudicado pela falta de entusiasmo dos personagens. Se o expectador não se importa com o que lhes acontece, é difícil sentir a intensidade desejada.

A trilha sonora mantém o tom sinistro e envolvente, reforçando a sensação de perigo constante. Os silêncios bem utilizados criam momentos de pura tensão, enquanto as músicas pontuam os momentos-chave com precisão.

No geral, a segunda temporada de Squid Game entretém, mas sem a mesma força inovadora. Continua a ser uma produção visualmente marcante, com boas atuações. Fica em falta o elemento surpresa que fez da primeira temporada um fenómeno.