A canção que viralizou no tiktok, e representou o coração de muitos deslocados, vai agora à Suíça representar Portugal.
Foi no Dia da Mulher que a 59° edição do Festival da Canção recebeu no novo palco as doze canções finalistas deste ano. Considerada uma das “edições mais renhidas”, demonstrado na pontuação final, “Deslocado” dos NAPA venceu com 17 pontos (7 dos júris nacionais e 10 do público) e empatou com a “Cotovia” de Diana Vilarinho (que recebeu 12 dos júris nacionais e 5 do público).
O Festival, apresentado por Filomena Cautela e Vasco Palmeirim, começa com um recontar da história dos últimos 8 anos, onde Portugal teria vencido a Eurovisão consecutivamente. Esta apresentação teve como propósito alertar para os perigos da IA.
Já na Greenroom os artistas estiveram acompanhados de Alexandre Guimarães e Catarina Maia, as redes ficaram a cargo de Wandson Lisboa. A edição contou ainda com a possibilidade de audiodescrição e linguagem gestual portuguesa.
O primeiro tema a subir a palco foi “Apago Tudo” dos Bombazine, que reflete sobre o processo de escrever uma música e que tinha como propósito “fazer as pessoas dançar”. De seguida Margarida Campelo, homenageou o legado da mãe, Isabel Campelo, com uma balada sobre amor, subindo ao palco na companhia da mesma e das amigas.
A terceira música a subir a palco é da autoria de HENKA pretende “abrir espaço para a música alternativa” sendo um hino à independência, intitulado de “I Wanna Destroy U”. O primeiro terço de atuações termina com Bluay e o tema “Ninguém” que celebra e abraça diferenças e reflete sobre ser “belo ser como ninguém”.
“Calafrio”, o tema número 5, traz a cultura africana ao palco, num tema sobre tudo o que uma mulher pode ser, trazido por Jéssica Pina. A metade do espetáculo chama a palco o fadista Marco Rodrigues. Nomeado para melhor álbum de fado nos Prémios Play, que volta a concorrer após 17 anos com uma balada que conta uma história de amor, intitulada de “A minha casa”.
A canção vencedora, dos NAPA atuou em sétimo lugar, e conta o que é ser “Deslocado”, fala sobre a tão portuguesa saudade e a procura de casa, tendo como mote a frase de Saramago “Só conseguimos ver a ilha quando saímos dela”. A oitava canção em palco é um “manguito à síndrome de impostor”, onde Peculiar explora um dos ícones da história portuguesa, “Adamastor”, e segue o registo de HENKA.
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Fernando Daniel retorna ao festival, com o tema “Medo”, fala sobre a escolha entre o medo de perder ou de não ter a pessoa. Outro retorno é Emmy Curl, que após 7 anos de ter ficado empatada com o primeiro lugar, no papel de intérprete, trás um tema de autoria própria. “Rapsódia da paz” fala sobre a paz e a união que a artista quer ver no mundo.
A penúltima atuação é de JOSH, o artista arrisca num tema composto num momento frágil e que tenta mostrar a diversidade, explorando um conceito novo e diferente. Para terminar o palco recebe um fado de Diana Vilarinho, intitulado de “Cotovia”, que apela à união extrema entre todas as mulheres.
Após as atuações, os apresentadores juntaram-se na Greenroom para apelar ao voto com paródias dos temas “Bem Bom” das Doce e “Sobe, sobe balão sobe” de Manuela Bravo. De seguida, Expresso transatlântico,The Legendary Tigerman e Ana Lua juntam-se para homenagear Carlos Paredes no seu centenário.
Palmeirim e Cautela aproveitaram para parabenizar a RTP (Rádio Televisão Portuguesa) pelos seus 89 anos, recordando momentos icónicos como o golo do Éder e ou a vitória de Salvador Sobral de 2017. Iolanda sobre também pelo palco para apresentar uma nova versão do tema vencedor da edição passada, chamado como “Grito 2.0”.
A última apresentação da noite é de João Bosch, Maria João e Huca que interpretam os temas que levaram a Suíça a ser tricampeã da Eurovisão (Refrain de Lys Assia, The code de Nemo, Ne partez pas sans moi de Céline Dion).
Esta edição bateu recorde na participação do público com cerca de 95 mil chamadas para votação, com peso atribuído de 50% da pontuação final. Os outros 50% foram distribuídos pelos júris do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.