I Said I Love You First, lançado a 21 de março de 2025, é o álbum colaborativo de Selena Gomez e Benny Blanco num álbum que promete emoção, mas entrega pouco mais do que produções genéricas. Apesar das colaborações como Gracie Abrams e Charli XCX, o projeto revela-se pouco memorável e sem uma identidade marcante.

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O albúm inicia-se com I Said I Love You First, um começo cru e belo, com o discurso que ela fez no último dia de filmagem de Os Feiticeiros de Waverly Place. A transição da mesma para “Younger And Hotter Than Me” torna-se quase impercetível.

Com uma abordagem vulnerável, mas ao mesmo tempo fortalecida, “Younger And Hotter Than Me” revela Selena Gomez no seu momento mais vulnerável. No refrão, com harmonias vocais em camadas, a artista questiona repetidamente se a nova namorada do seu ex-companheiro é “mais jovem e atraente”, revelando uma insegurança profunda que ressoa como metáfora da pressão social sentida pelas mulheres. A produção subtil e o eco de vozes reforçam esse sentimento, mantendo o foco nas confissões sinceras que definem o tom emocional da música.

“Call Me When You Break Up”, com a participação de Gracie Abrams, contrasta o tom inicial do álbum. Através de batidas rápidas e animadas, a música mergulha em temas de ciúme e arrependimento, que surgem com frequência em comparação com o restante álbum.

“Don’t Take It Personally” dirige-se à parceira de um ex-companheiro de forma gentil – embora ligeiramente condescendente – desejando-lhe o melhor. É precisamente aqui que I Said I Love You First torna-se mais interessante: quando Selena Gomez deixa de cantar sobre um único parceiro romântico e passa a abordar sobre os relacionamentos desse parceiro, passados e presentes, insinuando as teias complexas que envolvem até mesmo as ligações mais bem-sucedidas.

Charli XCX junta-se a Selena Gomez em “Bluest Flame”, trazendo os vocais e as batidas características de BRAT, mas carece da energia necessária para torná-la convincente. Embora o álbum seja suave e íntimo, falta-lhe aquele impacto que o torne memorável e que mostre uma certa identidade, algo que não acontece. Ao longo das faixas, é presente uma intenção emocional, mas o disco nunca chega a arriscar – nem nas letras, nem na produção.

O álbum parece mais preocupado em ser cauteloso do que em deixar uma marca. Mostra vulnerabilidade, sim, mas falta-lhe intensidade. Em suma, I Said I Love You First é um álbum que quer tocar fundo, mas acaba por apenas passar pela superfície.