Oito meses após o lançamento do mini álbum Sad Song (2024), P1harmony regressam com DUH!. Composto por seis músicas, o EP mostra um grupo que continua a reinventar-se e a aventurar-se no mundo da música. Lançado a 8 de maio de 2025, este trabalho marca uma viragem audaciosa na sonoridade do grupo, combinando influências do hip-hop dos anos 90/00, afrobeat e EDM com a energia vibrante do K-pop contemporâneo.

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O álbum inicia com o single “DUH!”, uma condensação perfeita da essência do projeto em pouco mais de três minutos. Tensa, frenética e sarcástica, a música brinca com o significado da palavra “duh”, usando-a como uma resposta atrevida a quem ainda duvida do grupo: “Who´s that? It´s me, Duh!”. Ao longo da faixa, multiplicam-se metáforas sobre o palco, a moda e o processo árduo de traçar um caminho rumo ao estrelato. Com um instrumental agressivo que mistura metais marcantes e percussão explosiva, a música recorda o hip-hop clássico, mas com a assinatura contemporânea dos P1Harmony.
A segunda faixa, “Pretty Boy”, vira do avesso a narrativa do que se espera de masculinidade no K-pop. Com um instrumental reggaeton e afrobeat, a faixa combina sensualidade e leveza com confiança. Para o membro Soul, é a música que está mais entusiasmado para atuar, uma vez que a sensualidade é algo novo no grupo e acredita que os fãs vão gostar. A letra reconfigura o termo “pretty boy”, muitas vezes usado de forma depreciativa, transformando-o num símbolo de autoaceitação e orgulho (“Call me pretty/I’m a pretty /Pretty Boy”). A faixa é refrescante e confiante, posicionando o grupo na linha da frente de uma conversa mais ampla sobre identidade e expressão.
Em “Murmur”, P1Harmony mergulham num território mais irreverente e provocador. A faixa mergulha no universo dos rumores e do ódio online, transformando críticas em combustível para uma resposta firme e sem filtros. “Spreading fake news “shh”/Jealousy is your signature, tell me”. Musicalmente, evoca a estética do R&B e hip-hop alternativo dos anos 90, que combina com a crueza e confiança da mensagem. Com versos como “Got nothing better to do? / Just busy pulling others down…” e “Started small with dumb stuff / Whispers playing with a life”, o grupo denuncia o efeito bola de neve da difamação digital e questiona diretamente quem alimenta esse ciclo. “Murmur” é, acima de tudo, uma afirmação de identidade: não há espaço para ódio gratuito quando se tem uma visão clara e inabalável de quem nós somos.
“Flashy”, traz os P1Harmony de volta à pista com uma explosão de EDM pop confiante e provocadora. Por detrás dos sintetizadores vibrantes e do refrão cativante, a faixa responde com sarcasmo às críticas e suposições sobre fama: se brilham, é porque conquistaram o seu lugar. Com frases como “stealing your glances” e “you can’t touch this paradise,” o grupo transforma julgamento em poder. É um hino à autoafirmação e ao direito de ocupar o centro do palco, quer gostem, quer não.
Com “Over and Over”, o grupo desacelera, apostando num instrumental mais orgânico, com batidas de jazz-hop e elementos de soul. A música aborda temas como persistência e o seu sucesso “You can’t touch me, you missed your step/Can you even surpass me, how?”. A música resume a tendência das letras das faixas anteriores, ou seja, como o grupo ganhou a luta contra a atenção mediática.
A encerrar o EP, “Work” funciona como um manifesto final da confiança inabalável dos P1Harmony. Com a produção de Jongseob, a faixa aposta numa vibe trap mais descontraída, com vocais falados, autotune e uma entrega quase informal, como quem já não precisa de provar nada a ninguém. “That’s the difference between me and you”, declaram, com um desdém controlado, o facto de estarem numa liga própria. A energia mantém-se, mas agora com um ar de missão cumprida: o trabalho já foi feito e o palco é deles por direito.
Com DUH!, os P1Harmony não só voltam a consolidar a sua identidade como grupo, como também voltam a desafiar as expectativas do que um miniálbum apresenta. Entre batidas arrojadas e letras provocadoras, o grupo demonstra uma consciência artística rara, onde cada faixa parece pensada para ocupar o seu lugar com propósito. Longe de seguir tendências de forma passiva, os P1Harmony criam o seu próprio caminho, misturando géneros e confrontando normas, como mostram ao longo do EP. Se havia dúvidas sobre o seu sucesso, a resposta está aqui: duh.